Calma, eu sei. Não sou todos da última geração que realmente são imprestáveis. Na verdade, as últimas gerações estão atentas aos avanços tecnológicos e oferecem soluções rápidas e práticas para problemas do cotidiano e, em diversos casos, grandes transformações para diferentes áreas (exemplo da medicina). Porém, uma grande parcela da última geração está vivendo no comodismo de soluções dadas pelo Estado ou por seus pais e essa é uma realidade que precisamos debater.
Você já conhece o novo reality da Netflix, Snowflake Mountain?
O novo programa da plataforma é sobre dez jovens entre 18 e 25 anos enviados para a floresta para se tornarem adultos. A maioria deles não sabe lavar um prato e muito menos limpar o seu próprio quarto, não aceitam que seus próprios pais reclamem dos seus comportamentos, mesmo dependendo financeiramente deles. São pessoas que não reconhecem o mundo real, dificuldades e benefícios da independência. Definitivamente, todos acreditam que seus pais devem sustentá-los e oferecer todos os seus caprichos a qualquer custo e em todos os momentos. Parece loucura, não é? Mas, infelizmente, essa é a realidade dos jovens no século XXI.
A geração “nem nem” no Brasil
Só no Brasil, temos 12 milhões de jovens que não estudam e nem trabalham, segundo uma reportagem disponibilizada pela UOL Economia. Os dados foram disponibilizados pela IDados, com a relação de 30% do total de jovens no Brasil que são totalmente dependentes e desocupados. Talvez, você deve estar se perguntando como isso é possível e de quem poderia ser a culpa. E, para esses questionamentos, temos uma triste realidade para te apresentar: a culpa é dos pais, do Estado e deles. Isso mesmo, todos são culpados por esse transtorno de responsabilidade que contaminou as últimas gerações e apresenta significados preocupantes para toda a sociedade.
Uma geração desocupada significa que teremos atrasos em todas as áreas e cada vez menos profissionais capacitados para ocupar o mercado de trabalho no país. E, como esse fenômeno é mundial, adivinhem para onde estão indo os profissionais capacitados formados no Brasil? Isso mesmo, para o mercado de trabalho internacional onde oferecem melhores salários e condições de trabalho. Só para os EUA, os profissionais brasileiros presentes no mercado de trabalho ultrapassam os 62%, segundo o Valor Econômico.
Na obra Pobres de Mimados, Theodore Dalrymple, apresenta argumentos que levam à reflexão de que estamos vivendo em uma sociedade pobre de valores morais do homem comum. O livro (que está disponível aqui) retrata como as gerações estão contaminadas por um sentimentalismo tóxico que influencia os julgamentos morais em diferentes âmbitos, desde o político ao cultural. O autor acusa o filósofo Jean Jacques Rousseau por todos os problemas causados pela transformação e ruptura do homem moral; mas, vou adiante e relato que a experiência de transformar o homem em um produto tóxico para sua moralidade só foi possível após o escancaro do pensamento coletivista e socialista nas obras de Karl Marx.
O problema da criação de pequenos coletivistas
Tudo começa com uma ideia de que as famílias precisam criar e manter indivíduos que abdicam dos seus valores individuais, sejam eles quais forem, para estar inserido socialmente. Tomaremos como exemplo quando uma criança está brincando com o seu urso favorito, mas o irmão ou colega querem o mesmo brinquedo; o comportamento comum dos dias atuais é que os pais forçam seus filhos a dar o urso aquele que pediu. Se você não considera isso um absurdo, temos um grande problema.
Depois, passamos para a escola, onde o indivíduo é obrigado a estudar infinitos conceitos e disciplinas pelas quais não tem interesse ou apreço; caso ele não as finalize com uma média – bem mediana -, ele é reprovado. Forçamos a geração a fazer tudo que elas não querem por um bem comum.
Por fim, chegamos na vida adulta e temos situações onde o mérito, um dos valores mais importantes de uma sociedade constituída nos valores liberais – é colocado na lata de lixo; e, assim, os sistemas em funcionamento são: apadrinhamento do incapaz profissionalmente, acolhimento do incompetente por interesses políticos ou institucionais e, o profissional apto e qualificado, acaba no mercado de trabalho internacional.
A urgência de retornar aos valores egoístas
Podemos olhar para esses novos realities, como mencionado anteriormente, como uma oportunidade de rever nossos valores enquanto indivíduos morais e refletir sobre as ações e possíveis consequências das escolhas que nos levaram a uma sociedade mimada e repleta de profissionais imprestáveis. Permitam-se ao egoísmo, podemos entender que a sociedade é muito mais que um processo de fetichização de uma determinada ideologia, mas é um espaço onde os valores morais dos indivíduos precisam estar em vigor. Compreendam que os lugares onde você está, independente de quais resultados obtiver e como se destacar, no final, o que realmente importa é como você pratica ações com base no seu julgamento moral constituído na relação com a sua própria consciência.
Em Snowflake Mountain, os jovens saem adultos e aprendem como executar tarefas e constroem as suas bases morais. Tudo isso após estarem na vida adulta e passar por inúmeras tentativas dos pais e dos amigos para transformá-los em seres aptos para conviver em sociedade e com responsabilidade. Nós que tanto falamos sobre liberdade precisamos lembrar, diariamente, que a liberdade é apenas uma palavra se não empregada na realidade em conjunto com a responsabilidade.
Voltem aos clássicos e transformem suas escolhas.
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