Vendedores ambulantes: uma força econômica

Após dois longos anos com comércios fechados, atendimentos online e muitos brasileiros perdendo sua fonte de renda, entramos em 2022 com esperança no futuro do Brasil. Mesmo assim, os números de desempregados ainda são alarmantes, atingindo 11,1% da população – cerca de 12 milhões -, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas ainda é o melhor cenário desde 2019, contando com 2020 e 2021 sempre na casa dos 13%. A queda no número de desempregados abrange apenas 500 mil brasileiros e não resolve o problema sistemático e governamental histórico no Brasil. 

Contrariando as milhares de leis trabalhistas – impeditivos para que grandes empresas, médias e pequenos empreendedores manterem seus funcionários no período pandêmico – os trabalhadores autônomos bateram recorde, alcançando 25,9 milhões de pessoas e colaborando com a renda de muitas famílias, de acordo com o Sebrae. Uma das áreas que mais tiveram aumento e destaque durante a pandemia de COVID-19 foram os ambulantes, esses trabalhadores que tentam conquistar espaço no mercado de trabalho urbano através de alternativas possíveis e viáveis, complementando a renda de muitas pessoas e famílias, e auxiliando na economia brasileira. 

Os números são otimistas, em 2020 foram estimados 27,9 milhões de trabalhadores ambulantes no país, mesmo que nem todos estejam trabalhando com autorização municipal, ocasionando problemas sociais e econômicos. Muitos canais de informações públicos e privados oferecem serviço de informação a esses profissionais, auxiliando e orientando para que consigam autorização e evitem transtornos futuros. Entretanto, devido algumas leis e decretos brasileiros, o vendedor ambulante nem sempre consegue atendimento e muitas vezes sofre punições severas dos órgãos de fiscalização. 

A recuperação ainda esperada na economia brasileira tem como um dos seus pilares mais importantes o serviço informal, de acordo com os dados de 2021 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Ademais, esses serviços otimizam a rotina de muitas pessoas, facilitando o acesso a produtos e serviços, trazendo melhores opções e condições de vida ao próprio consumidor final. Hoje, o vendedor ambulante é um dos principais responsáveis pela tal da “democratização do acesso” que muitos setores políticos utilizam em seus discursos. 

Contrário a preconceitos morais e defesas baseadas em forças estatais, o trabalhador ambulante é parte da sociedade brasileira e contribui significativamente no crescimento do país, mesmo enfrentando realidades cruéis e imposições do governo que dificultam o seu exercício. Nessa área, existem diferentes espaços de atuação e vendedores nas mais variadas realidades culturais, mas todos têm como objetivo obter renda para sobreviver, ainda contamos com quem auxilia na composição da renda familiar e  os que buscam por renda extra. 

A realidade brasileira nos impede de discriminar qualquer profissão, seja ela informal ou formal, desde que consiga atingir o objetivo de sustentar famílias e não retire os direitos de outros indivíduos de exercer diferentes caminhos com o mesmo objetivo final. Teremos avanço e recuperação econômica apenas se contarmos com todos os indivíduos e a não intervenção do governo nas suas decisões. O mercado, quando livre, é cego e assim manterá as preferências do consumidor em atividade. 


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