The Discovery of Freedom

The Discovery of Freedom

BREVE HISTÓRIA DE ROSE WILDER LANE

Rose Wilder Lane nasceu em 1886 em Dakota, em uma família humilde de agricultores que sofria com a seca na região. Embora tenha abandonado a escola no nono ano, ela foi encorajada por sua mãe a continuar desenvolvendo-se intelectualmente e leu uma variedade de autores, inclusive ajudando a mãe a publicar alguns livros infantis. Lane passou grande parte de sua vida como jornalista e escritora e foi convidada pela Cruz Vermelha para viajar pela Europa e relatar sua experiência observando o pós-guerra em março de 1920. Em 1943, ela publicou “The Discovery of Freedom: Man’s Struggle Against Authority”, uma obra traduzida pelo projeto “Traduzindo a Liberdade”.

ENERGIA

O livro de Rose Wilder Lane estabelece um paralelo entre o Velho e o Novo Mundo, argumentando que ao longo da história, os indivíduos reconheceram a importância da liberdade como uma qualidade intrínseca de cada ser humano, sendo gerada pela energia humana. Para ilustrar esse ponto de vista, ela apresenta o exemplo de virar uma página de um livro, onde a energia gerada pelos nossos desejos individuais de agir move os músculos do braço e da mão e vira a página. 

Lane destaca que esse mesmo tipo de energia é o que criou o livro, desde o primeiro golpe de machado dado por um lenhador na árvore até as páginas impressas, cortadas e encadernadas. Cada etapa do processo envolve a energia gerada por inúmeras mãos e mentes que cooperam juntas. 

Aqueles que compreendem instintivamente essa energia e lidam com suas consequências são capazes de permitir que os outros esqueçam, que os demais vivam em seus mundinhos de pensadores acadêmicos, professores, escritores e políticos.

A partir do momento que há essa compreensão e essa liberdade em utilizar a energia humana, eis que surge a necessidade de compreender os critérios para que determinadas decisões sejam tomadas. 

A existência da consciência não pode ser comprovada por meio da evidência dos sentidos ou da lógica, ela é uma realidade que simplesmente sabemos que existe, mesmo que não possamos prová-la empiricamente.

Da mesma forma, a existência de um padrão de valores também é algo que não pode ser comprovado empiricamente. Para estabelecer o que se gosta ou não gosta, o que se quer ou não quer, e quais são seus objetivos, é necessário ter um padrão do que é considerado bom ou correto, e isso se consegue através da fé.

Após reconhecer que:

Essa é a natureza da energia humana; indivíduos a geram e controlam-na. Cada pessoa possui autocontrole e, portanto, é responsável pelos seus atos. Cada ser humano, por sua natureza, é livre.

FRATERNIDADE

O passo seguinte é entender que estabelecer uma autoridade que controle tudo e todos é ir contrário a natureza humana, bem como apoiar uma economia planejada, já que cada um tem sua complexidade e vocação para seguir, além da luta pela própria sobrevivência. Como alega Rose: 

Para viver no comunismo, é necessário apenas que um número de homens e mulheres acreditem em dois fatos e uma falácia; que todos os homens são iguais, que todos os homens são irmãos – e que uma Autoridade intangível controla os indivíduos.

Acerca da falácia, restou claro que vai contra todos os princípios naturais e da liberdade. Agora, sobre os dois fatos, todos são iguais enquanto indivíduos livres que respeitam a moral e a ética e devem ser tratados da mesma forma perante a lei, além de, partindo deste pressuposto, e que é necessário utilizar da melhor forma a energia humana para desenvolver uma sociedade e aumentar a qualidade de vida, a fraternidade é um caminho viável.

A livre cooperação nada mais é do que a combinação da energia individual de cada um de modo a exercer atividades e otimizar outras para que se chegue ao objetivo primitivo em comum: sobreviver. 

GUERRA

Tendo isso em vista, prejudicar sem motivo plausível o outro é como prejudicar a si mesmo. Logo, o ato de guerrear, principalmente por motivos fúteis ou em nome de autoridades, não é uma atitude racional e deve ser evitada, inclusive, se assemelha a um suicídio.

A destruição causada pela guerra não se limita aos bens materiais, ela também afeta os valores fundamentais, fora que evidencia que o coletivismo seria mais importante que o indivíduo. Portanto, a guerra só deve ser vista como um caminho a seguir quando se relaciona com a autopreservação ou luta pelos valores inegociáveis.

AS TENTATIVAS DE DESCOBERTA DA LIBERDADE

No livro, Rose Wilder Lane explora a história da descoberta da liberdade e divide em três partes, abrangendo os povos antigos, a revolução industrial, comparativo da Europa com os EUA, as colônias. Ela destaca que ao longo desses períodos, foram os indivíduos que lutaram pela liberdade e defenderam os valores individuais que são tão importantes hoje em dia. 

A autora mostra como essas lutas ajudaram a destruir as concepções antigas do mundo, especialmente em relação ao coletivismo, e como a liberdade individual é fundamental para a sobrevivência e o progresso da humanidade, sendo a terra pioneira, o que hoje conhecemos como EUA. 

Apenas um indivíduo que reconhece que a sua responsabilidade de autocontrole é uma condição da vida humana, e aceita plenamente a responsabilidade de um criador do mundo humano, pode proteger os direitos humanos na infinita complexidade das relações dos homens entre si. Só esta proteção individual de todos os direitos dos homens pode manter a sua liberdade natural operando nesta terra.

O LEGADO DE ROSE

A esperança da humanidade está enraizada no desejo constante de tornar o mundo um lugar melhor. No entanto, a crença em um controle centralizado para alcançar essa melhoria é uma ilusão perigosa, e essa mentalidade é perpetuada por pessoas com pensamento europeu que nunca abandonaram essa ideia, como a autora demonstra ao longo das tentativas de descoberta da liberdade. 

Portanto, como Rose defendeu por muito tempo e devemos defender em nossa geração, a construção de um mundo melhor só é possível através do uso da energia humana individual livre e autocontrolada. Já que para criar e manter uma interação dinâmica de energias produtivas em todo o mundo, é necessário que a energia humana individual trabalhe livremente sob controle natural e individual, sem essa liberdade, nada pode continuar a criar e manter este novo mundo.

Lutemos por essa liberdade, essa energia natural que só pode ser controlada por nós mesmos e não nos curvemos diante de autoridades centralizadoras. 


Stephanie Teixeira

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