Como a Filosofia Afeta nossas Vidas

Como a Filosofia Afeta nossas Vidas

Frequentemente considerada uma disciplina complexa e distante da realidade, a filosofia é, na verdade, um recurso indispensável para lidar com os desafios da vida. “Como viver bem?” Provavelmente, você já se fez essa pergunta em algum momento. Desde a sua origem, a filosofia tem se dedicado exatamente a essa questão. Este artigo explora como a filosofia afeta nossas vidas e por que ela é mais relevante do que parece.

A Importância da Filosofia

A filosofia não é apenas um conjunto de ideias abstratas ou reflexões teóricas. Ela é uma ferramenta prática que molda a forma como vemos o mundo, tomamos decisões e interagimos com os outros. Apesar de críticas como a famosa frase de Gregorio Marañón:  “A filosofia é uma coisa com a qual e sem a qual o mundo continua tal e qual”, é importante entender que o impacto da filosofia é transformador em nossa maneira de pensar e agir.

Como afirmou Ayn Rand: “Para que eu preciso da filosofia? Para lidar com problemas concretos e específicos da vida real – isto é, para ser capaz de viver na Terra.”1 Essa ideia resume a essência prática da filosofia: proporcionar clareza, propósito e coerência diante dos desafios cotidianos.

Desde tempos antigos, filósofos têm investigado questões fundamentais sobre moralidade, conhecimento, existência e o significado da vida. Longe de ser uma prática restrita às academias, a filosofia pode nos ajudar a questionar crenças, resolver dilemas éticos, compreender diferentes perspectivas e alinhar nossas ações com nossos valores mais profundos.

Considere, por exemplo, a pergunta: “O que é uma vida boa?” Essa reflexão nos leva a avaliar nossas prioridades: como equilibrar trabalho e lazer, ou como decidir entre prazer imediato e planejamento para o futuro. Em dilemas éticos, como decidir se devemos mentir para proteger alguém, a filosofia oferece direções. A ética deontológica de Kant prioriza o dever moral acima de tudo, enquanto o utilitarismo, defendido por Bentham e Stuart Mill, busca o maior bem para o maior número de pessoas. Ambas as abordagens nos ajudam a refletir e tomar decisões mais conscientes.

Imagine um gerente diante da difícil decisão de demitir funcionários para cortar custos ou aceitar uma redução nos lucros. A ética filosófica oferece ferramentas para avaliar as consequências e os valores envolvidos, permitindo uma decisão mais justa e ponderada.

Questões existenciais, como encontrar propósito em momentos de desespero, são frequentemente abordadas pela filosofia. Pensadores como Viktor Frankl e Nietzsche nos mostram como criar significado, mesmo diante das adversidades. Frankl, por exemplo, destacou a capacidade humana de encontrar propósito em meio ao sofrimento, enquanto Nietzsche propôs a ideia de abraçar a vida em sua totalidade, com todas as suas imperfeições.

Recorrer à sabedoria dos estoicos, como Sêneca, também é uma solução valiosa. Em “Sobre a brevidade da vida”, ele nos lembra que o tempo é nosso recurso mais precioso e que desperdiçá-lo em trivialidades é uma forma de negligenciar a própria existência. Para Sêneca, dedicar-se ao autoconhecimento e à filosofia é o caminho para uma vida plena.

Em um mundo cada vez mais complexo, a filosofia nos oferece algo raro: a capacidade de refletir criticamente, encontrar clareza e agir de forma mais consciente. Ela não nos dá respostas definitivas, mas nos guia a fazer perguntas que iluminam nosso caminho.

Conclusão

A filosofia é muito mais do que uma disciplina acadêmica, é um guia prático para viver. Ao questionar nossas crenças, examinar nossos valores e compreender o mundo ao nosso redor, ela nos ensina a viver com maior propósito e significado.

Por isso, que tal reservar um momento para refletir sobre como suas crenças moldam suas escolhas? Se você deseja explorar mais profundamente essas ideias, recomendo a leitura de “Sobre a brevidade da vida”, de Sêneca, e “Filosofia: quem precisa dela?”, de Ayn Rand. Essas obras oferecem insights atemporais que podem transformar sua visão de mundo e enriquecer sua jornada.


Marta Caregnato

*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.


  1. RAND, Ayn Rand. Filosofia: quem precisa dela? Tradução Matheus Pacici. São Paulo: LVM Editora, 2024, p.17. ↩︎

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