Caros coletivistas,
Eu sei que vocês já devem ter ouvido as considerações de muitos que, como eu, não acreditam na viabilidade da sua teoria. Não me levem a mal, é uma ideia até interessante, à primeira vista, o problema é a viabilidade dela no dia a dia e suas consequências.
Já devem ter ouvido pessoas muito mais preparadas do que eu explicando brilhantemente o Objetivismo e como Ayn Rand fala sobre a importância do individualismo. Justamente por isso, vou falar de um ponto de vista diferente. Talvez toda a teoria não os convença, mas a prática deve, no mínimo, provocar uma dúvida saudável a respeito de suas certezas.
Eu tenho imenso respeito pelas ideias de todos, mas isso não significa que eu concorde com elas, é apenas o meu amor à liberdade que celebra a diversidade de pensamentos e a possibilidade de expressá-los sem censura e sem medo. Que fique claro, debater a respeito do pensamento é saudável e extremamente necessário.
Vamos aos fatos: quando eu precisei de ajuda, de amparo e, por vezes, de defesa, não foi a multidão que se levantou para me ajudar, muito pelo contrário, protegidos pelos números, indivíduos se esconderam no coletivo para todo tipo de atitude que, sozinhos, jamais praticaram.
Não é preciso olhar muito, vejam as atrocidades que acontecem nos estádios de futebol, culpa do que muitos chamam de efeito manada. Multidões não mudam o mundo, indivíduos o fazem, com ou sem ajuda de outros indivíduos. A multidão, ou é incontrolável, ou totalmente controlada, pasmem, por um indivíduo.
Você se lembra de Thatcher, de Martin Luther King Jr. de Misses, de Voltaire, e de indivíduos que se expressaram e cujas ideias foram transformadoras e importantes para os avanços nos nossos direitos mais essenciais.
Por que apagar a identidade pessoal, desconsiderar os esforços de um em prol de uma massa sem rosto, sem vontade própria e o que é pior, sem voz? Esta falsa proteção de uma enorme manada de gente não protege ninguém, na multidão ninguém vê nem é visto, você e todos os outros somem, deixam de existir.
Esse coletivo que parece tão lindo, ignora necessidades pessoais e as mais importantes particularidades de cada indivíduo. Vocês se esqueceram do ditado: quem quer agradar a todos acaba não satisfazendo a ninguém?
Não leiam esse meu desabafo como massa, mas como indivíduo. Pense por si, questione, procure dar a devida importância aos fatos e colocar à prova TODAS as ideias e opiniões. Ainda que você não mude seu ponto de vista, este é um exercício inteligente e necessário para que você conheça OS SEUS pensamentos e AS SUAS opiniões.
Eu sei quem foram as pessoas que me estenderam a mão, que decidiram enfrentar a multidão e às quais eu ofereço a minha profunda gratidão. Não fui ajudada pelo coletivo mas, como muitos outros, já fui vítima desta incontrolável manada sem face, sem personalidade, sem voz e sem identidade.
*As opiniões do autor não representam a posição do Damas enquanto instituição.
Vc é simplesmente maravilhosa minha filha linda te amo