E se o SUS fosse diferente?

Todos concordam que precisamos ter saúde, educação e segurança. Entretanto, os meios para se obter estes itens divergem entre a população, tem quem ache que deva vir de uma força Estatal, outros acham que cabe a iniciativa privada fornecer esses serviços.

Atualmente, na área da saúde atuam tanto a iniciativa privada quanto a pública, mas é o Estado que dita as regras do jogo que se chama mercado. No setor público existe a figura do Sistema Único de Saúde (SUS), que gasta em média 100 bilhões de reais ao ano, esse valor exorbitante é preocupante tendo em vista que no Brasil ainda há pessoas morrendo de desinteria.

Esse dinheiro vem dos pagadores de impostos, da classe trabalhadora, logo não pode-se dizer que o ‘SUS seria de graça’, ele não é e ainda por cima se paga bem caro para tê-lo, a pergunta é: por quê o SUS é tão caro?

A resposta simples para esse questionamento guarda relação com a burocracia, essa é um dos maiores vilões, pois deixa tudo mais lento e custoso. Por exemplo, se um remédio quer vir para o Brasil, primeiro deverá passar por uma agência reguladora de medicamentos, não importa se já foi testado nos maiores países do mundo e ninguém identificou que exista algo nocivo para o indivíduo que irá tomar.

Esse conjunto de fatores torna tudo mais difícil e por consequência mais caro, desde a obtenção de algum medicamento específico até o atendimento de um paciente. Outra coisa que o torna o SUS mais custoso do que deveria são os impostos e tarifas em produtos médicos, por exemplo, para conseguir um aparelho de ultrassom é preciso muitas vezes importar, e quando chega o maquinário nem sempre ele consegue sair tranquilamente do porto, muitas vezes é barrado na alfândega o que faz com que atrase sua entrega.

Se o produto ou insumo vem de fora é preciso pagar imposto em importação, depois imposto em ISS e mais algumas tarifas extras, então um produto que “deveria ser” R$ 100 mil sairá na bagatela de R$ 350 mil e isso dificulta muito não só tratamentos mas também o funcionamento do posto de saúde e dos hospitais como um todo.

Pessoas de baixa renda têm que lidar com superlotação de hospitais públicos e muitas vezes são deixados à própria sorte para ser atendidos; profissionais têm que trabalhar em condições precárias e atender boa parte da população com insumos limitados e poucos equipamentos operacionais.

E se fosse a indústria privada a fornecer saúde, esses problemas seriam resolvidos? Não apenas isso, mas o pobre conseguiria ser atendido? Largamente falando tais problemas não seriam solucionados prontamente, entretanto, o mercado mostraria as brechas que a sociedade preencheria; para os miseráveis existirá sempre pessoas dispostas a ajudar, como a Cruz vermelha ou Rotary, o próprio Estado pode pagar 50% das despesas médicas dependendo do caso (deixando registrado que não compactuo com tal ideia, porém a vislumbro como uma via de solução).

O ponto a se destacar é: aumentando a indústria de seguros médicos, trazendo um mercado que hoje no Brasil é quase extinto, e tirando a burocracia das empresas de seguros médicos, mais empresas entrariam e competiriam entre si, oferecendo um serviço de qualidade por menor preço possível sem perder seu lucro.

Não acabaríamos com o problema de saúde no país, porém com este novo formato mais pessoas teriam mais acesso a saúde de qualidade, o que diminuiria as chamadas ‘mortes evitáveis’, que acabam acontecendo por falta de um equipamento ou de insumos médicos.


Texto por Luiz Costa

Arte por Tailize Scheffer

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