Desde que nascemos, nós, os seres humanos buscamos encontrar nossa identidade, quando pequenos, procuramos nos relacionar com aqueles que gostamos e respeitamos; ao chegamos na adolescência, em meio a essa busca incessante por quem nós somos, damos de cara com discursos sedutores, entoados por grupos que prometem um mundo melhor e mais justo, cheio de paz, amor e acima de tudo, diverso e igualitário, um mundo onde o bem-estar coletivo seja alcançado. Isso parece soar a melhor coisa do mundo para nós, jovens emocionados, mas o que devemos fazer para que esse bem-estar se realize? O que eu tenho que fazer para que isso aconteça?
Esses grupos querem o controle daquilo que move a sociedade, o indivíduo, pois é ele que trabalha em prol de tudo que existe; grupos de pessoas são formados por indivíduos que, em teoria, se identificam em alguma medida uns com os outros, é assim que surgem as igrejas, empresas, grupos de estudo, uma escola de dança, por exemplo, só existe pois existem pessoas que gostam de dançar. Esses exemplos servem para ilustrar que, o coletivo precisa mais do indivíduo, do que o indivíduo do coletivo.
Para alguns, pode até soar estranho dizer que nos dias atuais temos que lutar por nossa liberdade, para muitos isso não faz sentido, pois tecnicamente, somos livres; mas qual será o entendimento de liberdade que eles têm?
Quando percebemos que nas últimas eleições, a democracia foi justificada para censurar pessoas e empresas1. Esses acontecimentos nos mostram que a liberdade do outro não tem valor quando “o bem das pessoas” está supostamente ameaçado.
É aí que o coletivismo ganha espaço!
Segundo os objetivistas, o coletivismo é quando o indivíduo se submete a algum grupo em nome de um bem comum.2 Os males do coletivismo podem ser percebidos quando, ao invés de buscar convencer as pessoas através do diálogo, se usa do medo e da ignorância para aprisionar aqueles que não tem autonomia sobre si.
Uma sociedade coletivista tende a olhar o indivíduo como um joão-ninguém, um exemplo são as ditaduras, onde as pessoas são controladas por líderes autoritários que monitoram tudo que elas fazem, o cidadão se torna apenas um boneco, as pessoas são apenas massas manipuladas na mão de um padeiro do mal.3
Quando permitimos que nossas escolhas, relações e valores sejam governados por terceiros, damos aval para que totalitários cheguem ao poder, mesmo que o controle seja apenas sobre a nossa vida, o estrago continua sendo grande, isso representa falta de amor próprio, algo que gera uma falta de amor ao próximo e isso permite certas barbaridades, que, são justificadas pela proteção do bem coletivo, entretanto esse bem maior, está relacionado ao interesse de pessoas específicas, e são essas pessoas que estão no controle desses grupos.
Ao abrirmos mão de nós mesmos por uma agenda ou ideologia, você comete um erro grave com quem menos deveria errar, você mesmo. Pior ainda é quando o indivíduo se força a acreditar nos dogmas e jargões por parecer correto, ele se engana, pois assim ele consegue agir naturalmente dentro daquele grupo, parecendo mais natural.
A luta pela liberdade individual começa quando reconhecemos que somos indivíduos autônomos, cuja identidade está associada a aquilo que somos e não aquilo que fazemos parte; um liberal só é liberal se ele acredita no liberalismo e o conhece e não porque faz parte de um grupo que defende as ideias de liberdade.
Conquistamos autonomia sobre nosso indivíduo quando dizemos não para aquilo que queremos longe e não concordamos, lutamos pela liberdade enfrentando qualquer tipo de censura contra a gente ou contra o cara que tá lá em Manaus, e também quando questionamos, “o que é o bem estar coletivo?”, “Será que ele é bom mesmo?” ou “É desse jeito que defendo quem precisa?”
Cometemos o erro de achar que os tempos ruins passaram e que as chances deles voltarem são mínimas, será que isso está certo?
Se tem algo que devemos prezar é pela nossa liberdade e por aquilo que nos torna ser humano, por menor que seja, ainda assim vale a pena lutar!
*As opiniões do autor não representam a posição do Damas enquanto instituição.