O Feminismo é necessário?

A origem do feminismo 

O feminismo surgiu no século XVIII, através das teses de William Godwin.

Pode-se considerar que desde sua origem houveram 3 ondas do movimento, divididas entre:

Protofeminismo — século XVIII;

1ª Onda — século XIX;

2ª Onda — século XX;

3ª Onda — século XX e XXI.

Em sua origem, no Protofeminismo, eram consideradas pautas como o fim do casamento, da monogamia. Por outro lado, não havia militância para opor-se a questões sociais relacionadas a direitos trabalhistas das mulheres, por exemplo. 

Mais tarde, com a 1ª onda do feminismo, passaram-se a ser defendidas pautas como o voto da mulher e a inserção da feminina no mercado de trabalho. Essa onda, deu-se no período da Revolução Industrial, onde as pessoas que antes trabalhavam somente nos campos, passaram a mudar-se para as cidades. Com o contexto de urbanização da sociedade e introdução de maquinário, fábricas e linhas de produções, nasceu a 2ª onda do feminismo. 

Essa, tinha como objetivos a aceitação social do sexo livre, visando acabar com a moral tradicional vigente no Ocidente. Nessa onda, considerada como “A onda radical”, colocaram em pauta questões como a legalização do abordo, o incesto, a relação entre crianças e adultos e etc. Defendidas por uma figura icônica do feminismo chamada Simone de Beauvoir.

Na 3ª onda do feminismo passou-se a ser pautado a ideologia de gênero que tem como ideia a não existência de uma natureza sexual nos seres humanos

Os impactos do feminismo para as mulheres

Ao contrário do que é disseminado dentro do movimento, os impactos do feminismo na sociedade, principalmente após a 2ª onda do mesmo, não foram totalmente em benefício das mulheres e, o movimento não foi o responsável pela maioria dos direitos conquistados pelas mulheres

Por exemplo, a inserção do mercado de trabalho, foi uma movimentação natural, principalmente diante das Guerras, onde as mulheres precisavam trabalhar em fábricas enquanto seus maridos iam guerrear. 

O voto feminino, que também é muito pontuado como conquista do movimento. De acordo com Ana Campagnolo, o voto feminino foi uma concessão dada pelos homens, não uma conquista do movimento feminista. O voto feminino foi colocado em pauta por homens e aprovado por homens e concedido às mulheres, com a introdução delas dentro das atividades sociais no mercado de trabalho, pois antes era exclusivo apenas aos homens que exerciam funções sociais. 

Outro ponto que foi afetado por via do movimento feminista, foi o controle de natalidade e a introdução do abordo como método para tal. Junto a isso, uma ideologia que ia contra posições morais e éticas vinculadas à família e ao que é considerado pelo movimento como “Patriarcado”.

O movimento também foi responsável pela confusão de idéias diante da biologia humana. Tentando desconsiderar a ideia de homem e mulher, feminino e masculino. 

O feminismo é necessário para as mulheres?

Nos últimos anos, o feminismo tornou-se paradoxo do “Ser mulher”. Para o movimento, se você é mulher, automaticamente torna-se feminista, porque deve se opor a possíveis injustiças de gênero atribuídas a sociedade. Do contrário, a mulher estaria em oposição ao próprio sexo.

Para outras muitas mulheres, o feminismo não representa os direitos das mulheres, mas sim, um cominado de ideologias marxistas intrínsecas no movimento que se tentam, utilizando de a justificativa da “desigualdade de gênero” sobrepor o sexo feminino ao masculino e impor ideais sociais e culturais. 

O feminismo, por sua vez, nos dias atuais tem um impacto mais profundo nos ideais do que propriamente no cotidiano das mulheres. Segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha, cerca de 52% dos homens são a favor das pautas feministas contra 39% das mulheres. Ou seja, para a maioria das mulheres o feminismo não é um movimento necessário para sua sobrevivência social. 

Isso é uma questão que pode ser notada principalmente em bairros periféricos. Nestes há uma maioria de mulheres, mães solos, donas de casa e necessariamente trabalhadoras. Muitas mulheres são obrigadas a trabalhar, pela necessidade de fazê-lo para sustentar seus filhos, seja por falta da paternidade ou pela falta de assistência e, essas, ainda que tenham de assumir o papel maternal e paternal ao mesmo tempo, não consideram o feminismo como um auxiliar para conseguir adquirir seus bens, seus direitos e cumprir seus deveres. Pelo contrário, essas mulheres fazem mais por elas mesmas, e por outras mulheres do que o próprio movimento. 

O problema é que a imagem do movimento foi colocada como algo necessário para a sobrevivência das mulheres e, não considera sequer os cotidianos das mesmas diante da sociedade com todas as questões familiares e econômicas as quais se encontram. Como disse Margaret Thatcher “Eu não devo nada ao movimento de libertação das mulheres… o feminismo é puro veneno”. Assim, também funciona para uma grande parte da população que sai do campo da ideia e começa a enfrentar diariamente as disparidades sociais, de sexo, econômicas. Para esses problemas reais, vale mais oportunidades do que um grupo de mulheres fazendo discursos em protesto.


Beatriz Albuquerque

*As opiniões do autor não representam o Damas de Ferro enquanto instituição

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