Joana D’Arc e o Liberalismo

Mesmo tendo um terrível fim, Joana D’Arc foi um exemplo de mulher, ela um dos ícones da luta contra a tirania que levou sua pátria à liberdade.

Nascimento

Joana nasceu em Domrémy, França, em 1412, vinda de uma família de camponeses, Joana começou a trabalhar cedo junto de seus pais no campo e junto de sua mãe teve um amor profundo pelo catolicismo, o que era comum no século XV. 

Contexto histórico

Nesse período a França estava em guerra com a Inglaterra pela posse do trono francês, essa guerra ficou conhecida como a Guerra dos Cem Anos, começando em 1328 e terminando somente em 1453. Após a morte do rei da França Carlos IV, que morreu sem deixar herdeiros, alguns membros da família real começaram a interessar-se pelo trono, dentre eles o Rei Eduardo III da Inglaterra, no entanto por mais que Eduardo possuísse interesse pelo trono da França, a nobreza francesa não gostava da ideia, pois podia representar o fim de sua autonomia. Com isso os nobres franceses utilizaram a Lei Sálica dizendo que, nenhuma mulher ou seus descendentes poderiam assumir o trono, com isso Eduardo III estaria impossibilitado de assumir pois tinha ligação ao rei francês Carlos IV por ligação materna. Com isso Felipe VI foi coroado como novo rei da França o que agravou as relações entre França e Inglaterra, relações estas que foram intensificando-se ao longo dos anos e gerando assim a famosa Guerra dos Cem Anos.

Inicio da guerra

Durante a guerra, Joana  morou em um vilarejo que era alvo de conflitos, pois este era protegido pelo ducado de Borgonha que era aliado dos ingleses. Com isso o vilarejo foi tomado pela fome, doenças e destruição. 

Durante essa época tanto Santa Catarina de Alexandria quanto Santa Margarida de Antioquia, diziam para a França entrar em guerra contra os ingleses e com isso ajudar na coroação do atual rei Carlos VII, nesse contexto caótico, aos 13 anos Joana começou a ouvir vozes e ter visões do Arcanjo São Miguel na igreja local, Com o passar do tempo, o que acabou convencendo-a a entrar na guerra para levar a pátria francesa à liberdade. 

Visita a Carlos VII

Em 1420 a situação da França na guerra era de extremo desespero, vindo de um acúmulo de derrotas contra a Inglaterra, a moral das tropas francesas estavam muito baixas. O agravante de tudo isso era o fato de que Carlos VII ainda não havia reconquistado Reims, onde eram coroados os reis da França, ou seja, Carlos VII tinha se tornado rei, porém ainda não havia sido coroado devido Reims ser a cidade onde tradicionalmente isso ocorria.

Dentro desse contexto, Joana, já aos 16 anos, procurou um funcionário da coroa chamado Robert de Baudricourt em Vaucouleurs. Ficou lá até convencer Robert de levá-la até Chinon onde estava o rei Carlos VII, a viagem durava 11 dias e antes de ir Joana cortou seus cabelos e trocou suas vestimentas por vestimentas masculinas, lembrando que Joana à época apenas uma jovem que nem ao menos sabia ler ou escrever e o mais importante, sem nenhum conhecimento militar.

Em 1429 ocorreu o encontro de Carlos VII e Joana D’Arc, onde ela contou sobre suas visões que iriam mostrar a mesma levando a França para a liberdade e vitória contra os ingleses. A maior surpresa desse diálogo foi o fato de que Joana conseguiu convencer Carlos VII enviá-la numa missão como comandante de uma tropa de cerca de 7 mil homens. 

A batalha de Orleans

A primeira participação de Joana D’Arc na Guerra dos Cem Anos foi dada na cidade de Orleans, que estava sitiada por tropas inglesas. Em 8 de maio 1429 Joana entregou uma carta para o rei inglês ordenando a retirada das tropas das terras francesas, o que foi negado pelo próprio rei, com isso Joana começou seu ataque contra os ingleses em Orleans.

Após 8 meses de cerco, Orleans foi libertada dos ingleses. 

Era notável o reforço moral e influência na disciplina dos oficiais que Joana empregava, ela expulsou prostitutas do acampamento e implementou a santa missa e os sacramentos aos soldados, o que acabou levando a sua tropa a várias vitórias.

A retomada de Reims e a captura 

Seu maior feito foi sem dúvidas a tomada de Reims, onde Joana junto de sua tropa obteve êxito em conseguir reconquistar a cidade, o que tornou possível a coroação do rei Carlos VII, tornando-o oficialmente o rei da França.

Seu destaque nos fronts como comandante chamou atenção também da Inglaterra, porém durante a batalha de Compègne Joana foi capturada pelos ingleses. Após sua captura, o reino inglês acusou-a de Bruxaria, blasfêmia, invocadora do diabo, entre outras acusações. Joana foi sentenciada a ser queimada viva. Em seus últimos minutos de vida, apertava uma cruz em seu peito e gritava o nome de Cristo enquanto era queimada. 

Santa Joana D’arc

Joana foi uma jovem que percebeu desde nova a necessidade de seu país ser libertado da tirania do Estado inglês, através da sua religiosidade travou batalhas importantes para o fim da Guerra dos Cem Anos, além disso Joana foi um exemplo de luta pela liberdade mesmo não sabendo ler ou escrever, tendo apenas a sua fé como seu maior guia ela pode libertar uma cidade inteira, encorajar homens que se viam perdidos numa guerra sem fim e conseguir conquistar uma terra de extrema importância para que o rei finalmente fosse coroado. Joana está nos nossos imaginários como uma grande heroína da França, um exemplo a ser seguido na luta pela liberdade, sendo interpretada em filmes, jogos e até desenhos. Joana mostra que com fé é possível libertar seu país da tirania estatal. 


Texto por Luiz Costa


Bibliografia

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-14012013-105821/publico/2012_FlaviaAparecidaAmaral.pdf

https://santo.cancaonova.com/santo/santa-joana-darc/

https://www.historiadomundo.com.br/idade-media/joana-darc.htm

https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2018/05/joana-darc-relembre-historia-da-guerreira-e-santa-francesa.html

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