A Fuga da Miséria

A cultura brasileira é de pessoas dependentes do Estado e “lutando” por subsídios governamentais, afinal, isso é direito garantido na constituição. E, de modo geral, elas não estão tão erradas. Entretanto, nos últimos anos estamos vendo um crescimento considerável na relação de trabalho informal no país e isso não está ligado à miséria, necessariamente. 

O discurso que pauta as mídias é de que o trabalho informal reduz as expectativas econômicas dos trabalhadores, mas isso não está correto. O governo retira benefício direto do trabalhador com a sua carga grotesca de leis e burocracias trabalhistas. Estima-se que o brasileiro trabalhe mais de 150 dias apenas para pagar impostos ao governo, o que é quase metade de um ano (se não separarmos apenas os dias úteis).

Em 2021, o IBGE apresentou uma pesquisa em que 40% dos trabalhadores brasileiros estavam atuando informalmente. Dos 86,7 milhões de trabalhadores do país, 34,7 milhões são pessoas trabalhando em caráter informal. Bom, não sou formada em matemática, mas creio que essas pessoas estão deixando de pagar boas taxas de impostos ao governo e recebendo benefícios reais. 

Outro ponto importante sobre o aumento do trabalho informal é que ele foi a melhor alternativa de muitas famílias durante as restrições do governo no período pandêmico. Inúmeras pessoas perderam seu trabalho formal com carteira assinada e encontraram no trabalho informal a melhor opção para sua fonte de renda. Os números, em si, nos dizem que essa opção parece mais atrativa para boa parte da população analisada. 

  Precisamos retirar o monstro que rotula o trabalho informal, pois foi através dessa iniciativa que muitos brasileiros fugiram da miséria nos últimos anos e conseguiram seu sustento. Enquanto o Brasil não abre portas para o mercado internacional e melhora a oferta de emprego, o trabalho informal será a saída de muitas pessoas, afinal, quando não se tem oportunidade para melhorar a sua própria vida, é necessário fazê-la brotar.  


Texto e Arte por Tailize Scheffer

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