A idolatria na política contemporânea

Atualmente as posições políticas se tornaram radicalizadas aderindo um “comportamento de torcida”, ou seja, cada lado da política defende suas posições de maneira irracional. Além disso, parte dos brasileiros vêm se tornando “devotos” dos políticos. Esse tipo de postura não é necessariamente uma novidade. Nossa história é repleta de “heróis” forjados, como Getúlio Vargas (1930 – 1945/ 1951 – 1954), que por meio de belas narrativas romantizadas, se transformou em uma grande unanimidade política, como exemplo conseguindo ao mesmo tempo, ser considerado o “pai dos pobres” e a “mãe dos ricos”. Seu discurso nacionalista e a concentração de poderes políticos lhe ofereceram uma longa carreira presidencial.

A busca por um salvador da pátria

Essa realidade é uma questão de necessidade do povo brasileiro, carente de boas políticas públicas que garantam educação, saúde, segurança, alimentação e moradia. Devido ao momento de crise social e econômica, há um movimento de insegurança por parte do indivíduo, onde nasce principalmente uma busca por autoridades que traduzam figuras paternas.

Dessa forma, o debate político no Brasil se transformou em um campo de batalha maniqueísta. Nas redes sociais sobram agressões e xingamentos, além de faltar bom senso e racionalidade.. Um dado que exemplifica é a pesquisa feita pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), indicando que cerca de 59% dos brasileiros, entre 16 e 34 anos, evitam falar de política nas redes sociais por medo de serem “cancelados”. Sendo que não importa a ideologia, o que vale é vencer a guerra de narrativas e promover o cancelamento do adversário, ou melhor, do inimigo.

Certamente os idólatras não fazem ideia do quão prejudicial ao país é esse tipo de comportamento. O devoto não tem senso crítico, não enxerga os defeitos do ídolo, distorce a realidade dos fatos apenas para favorecer o seu “político de estimação”. E o mais grave: aceita pacificamente toda e qualquer explicação aos maus feitos flagrados, por mais absurda que pareça a justificativa.

Bolsonaristas na porta do Palácio da Alvorada

O idólatra também não consegue se enxergar como tal, basta ver os inúmeros exemplos nas redes e na vida real. Fazem parte desse grupo de devotos aqueles que se acotovelam no cercadinho do Palácio da Alvorada, apenas para falar com o “mito”. Assim como são idólatras àqueles que se aglomeram em eventos para acompanhar o Lula.

Lula em evento na Bahia

 O que podemos concluir?

Seguindo o que foi apresentado, podemos concluir que o brasileiro precisa conquistar o  protagonismo político da sua cidade, do seu estado e do seu  país. E só o fará quando entender que político não é para ser idolatrado. Os nossos representantes – seja no Executivo ou Legislativo – são eleitos para atender aos anseios da população e não para defender os próprios interesses.

Os líderes políticos têm que ser constantemente cobrados e, flagrados em desvios, eliminados da vida pública pelo voto. As poucas políticas em benefício da população executadas pelos governantes, não podem ser vistas como um favor, mas pura e simplesmente como o cumprimento da sua obrigação. O Brasil não precisa de idólatras, precisa de cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres.


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