Quem Foi Murray Rothbard?

Quem foi Murray Rothbard?
Foto de Murray Rothbard
Fonte: Mises Institute

FORMAÇÃO E INTRODUÇÃO A ESCOLA AUSTRÍACA

Murray Rothbard foi um economista americano da Escola Austríaca, teórico político, historiador econômico e ativista. Nascido em 2 de março de 1926, ele foi um aluno brilhante desde pequeno, tendo mais tarde se formado na Universidade de Columbia em matemática e economia.

Até então, Rothbard não havia recebido conhecimento acerca da escola austríaca. Mas foi durante um curso sobre teoria dos preços, ministrado por George Stigler, que ele elaborou argumentos contra as medidas até então populares na época, como o controle de alugueis e preços. Após se sentir cativado pelos argumentos que havia elaborado, ele então escreveu para a editora de um panfleto em que Stigler e Milton Friedman haviam escrito acerca do controle de alugueis. O nome da editora era Foundation for Economic Education.

Entre visitas à sede da editora, Rothbard conheceu Ludwig von Mises. Rothbard ficou atraído pela economia laissez-faire de Mises, bem como com a sua grande obra intitulada Ação Humana (1949). Rothbard se identificou com a defesa do livre mercado. Logo, se tornou um membro assíduo do seminário de Mises, na Universidade de Nova York, enquanto terminava sua pós-graduação em Columbia, em direção ao seu doutorado. Completou seu grau em 1956.

CARREIRA E OBRAS

Assim, Rothbard atraiu a atenção do William Volker Fund, o principal grupo entre as décadas de 1950 e 1960 a apoiar estudiosos liberais clássicos. Ele iniciou então um projeto para escrever um texto para explicar a obra de Mises Ação Humana (1949) de uma maneira mais acessível para os universitários. Como resultado, ele escreveu o livro Homem, Economia e Estado (1962).

Através desse estudo, Rothbard enriqueceu com mais detalhes do que Mises havia colocado, contribuindo com importantes inovações teóricas para a praxeologia. Ele mostrou como o argumento do cálculo socialista se aplica não somente a uma economia controlada pelo Estado, mas também a uma única empresa privada que monopoliza toda a economia. Ele juntou a teoria do aluguel de Frank Fetter com a teoria austríaca do capital; e argumentou como o preço de monopólio não poderia existir no livre mercado. Ele também fez uma grande crítica à economia keynesiana.

Em um artigo intitulado Para uma Reconstrução da Economia da Utilidade e Bem-Estar (1956), Rothbard demonstra que, ao levarmos a sério o fato de que a utilidade é ordinal e não cardinal, logo as visões anti-mercado da maioria dos economistas do bem-estar moderno devem ser abandonadas.

Rothbard se dedicou especialmente à teoria monetária. Aqui, ele defendeu as virtudes do padrão ouro clássico e apoiou a reserva bancária de 100%. De acordo com ele, esse sistema limitaria a expansão do crédito que, de acordo com Mises e Friedrich Hayek acerca da teoria austríaca do ciclo econômico, levava à depressão inevitável. Ele resumiu suas ideias para o público em um panfleto chamado O que o Governo Fez com o Nosso Dinheiro? (1964) e também escreveu um livro didático intitulado The Mystery of Banking (1983).

De acordo com Rothbard, a política bancária era importantíssima para a história econômica americana. Ele acreditava que a história não é uma simples apresentação fria de estatísticas. Ele sempre se interessou em buscar e identificar os atores e interesses por trás de decisões históricas. A disputa entre os bancos concorrentes Morgan e Rockefeller aparece frequentemente em seus artigos nesse tema, reunidos na obra Uma História do Dinheiro e Bancos nos Estados Unidos (1999).

Rothbard também fez uma série de quatro volumes, intitulados Conceived in Liberty (1975-1979), onde apresentou um estudo detalhado da história colonial dos Estados Unidos, em que destacava os antecedentes libertários da Revolução Americana, desafiando a opinião predominante. Para ele, as virtudes e liderança militar de George Washington não lhe eram interessantes, entre outros questionamentos.

Rothbard se esforçou para chamar a atenção do público para os ideais libertários. Entre suas ideias, ele afirmava que “a guerra é a saúde do Estado”,onde ele abertamente era contra uma política externa agressiva.

Embora Rothbard tenha sido um dos primeiros colaboradores da National Review, de William Buckley, ele rejeitava a Guerra Fria defendida por Buckley e por membros de sua equipe. Ele rompe então com os conservadores e segue uma política de alianças temporárias com grupos que se opunham ao militarismo e às intervenções estrangeiras. Ele mostrou sua posição política em um trabalho denominado Esquerda e Direita: As Perspectivas para a Liberdade, publicado na revista acadêmica Left and Right (1965-1968).

Em 1977, Rothbard fundou o Journal of Libertarian Studies, como uma forma de buscar divulgar os ideais libertários, ainda existindo até os dias atuais. E na década seguinte, Rothbard fundou outra revista, a Review of Austrian Economics (1987), focado para os interessados na teoria austríaca. Em 1997 mudou de nome para Quarterly Journal of Austrian Economics.

Em dois volumes, Economic Thought Before Adam Smith e Classical Economics (1995), publicações póstumas de Rothbard, ele apresenta um estudo detalhado da história da teoria econômica. Ao contrário do que a maioria pensa, para Rothbard, Adam Smith não seria o fundador da economia moderna. Para ele, os herois do estudo de seu estudo foram os escolásticos espanhois, que muito anos antes de Smith elaboraram uma teoria subjetiva do valor, e outras figuras anteriores a Smith como Cantillon, Say e Turgot.

Rothbard era associado ao Ludwig von Mises Institute desde sua fundação em 1982, onde atuou como Vice-Presidente Acadêmico. Ele foi professor no Brooklyn Polytechnic Institute da década de 1960 até a década de 1980. Ele lecionou de 1986 até o seu falecimento em 7 de janeiro de 1995, como Professor de Economia na Universidade de Nevada, Las Vegas. Um grande liberal, um grande escritor e um grande companheiro.

O Estado prospera com a guerra – a menos, é claro, que seja derrotado e esmagado – ele se expande com ela, se gloria dela.

– Murray Rothbard

Evanilson Ferreira

*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.

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