O MODELO SOCIAL DEMOCRATA DA SUÉCIA

As nações se desenvolvem apesar da interferência estatal e não por causa dela. Nos últimos anos, foi dito que o modelo da Social Democracia teria sido o principal motivo para o crescimento da Suécia, e vale ressaltar que, tal ideologia apoia intervenções econômicas e sociais do Estado, dentro de um sistema capitalista com uma política envolvendo o chamado “Estado de bem-estar-social” e regulação econômica. 

Aplicando a um contexto, a Suécia enriqueceu quando o seu governo era pequeno. Em 1960, o tamanho do governo sueco, mensurado pelo volume de seus gastos em relação ao PIB, era menor que o do governo da Suíça, e entre 1850 e 1950, a população dobrou e a renda real dos suecos duplicou. Isso resultou em um saldo positivo para o país, já que em 1950, a Suécia já era a quarta nação mais rica do mundo.

A Suécia sempre concedeu deduções fiscais bastante generosas para custos de capital, como as empresas suecas, que podem deduzir 50% de seus lucros para reinvesti-lo futuramente, o que os torna uma reserva isenta de impostos. É importante pontuar que o ambiente empreendedor da Suécia é extremamente desregulado e o país é um dos mais abertos do mundo para o livre comércio, um dos exemplos disso, é que você demora no máximo 6 dias para abrir uma empresa, as tarifas de importação estão na casa de 1,3% na média, e a alíquota máxima do imposto de renda sobre a pessoa jurídica é de apenas 22% na Suécia (nos EUA é de 35%, no Brasil chega a 34%).

Diferente do Brasil, a Suécia não tem o costume de estourar o seu orçamento, a dívida pública deles é baixa e o IPTU é de 0,75% do valor da propriedade até um valor máximo de 764 euros. 

Obs.: Analisando os fatores como o livre comércio, desregulamentação, política monetária e direitos de propriedade; a Suécia é o oitavo país liberal do mundo, como mostra a imagem abaixo do FRASER INSTITUTE. 

Na Suécia, a tributação das empresas é uma das menores do mundo e a tributação indireta sobre os pobres é alta. O chamado “estado de bem-estar social” sueco é custeado de uma forma relativamente brutal, em que se joga o fardo majoritariamente sobre os pobres e a classe média. O governo Sueco aufere grande parte de suas receitas por meio dos impostos altamente regressivos sobre o valor agregado (o ICMS deles), a uma alíquota de 25% que incide sobre cada bem ou serviço vendido, o qual é o único imposto que ricos e pobres pagam exatamente o mesmo valor em coroas suecas (moeda oficial da Suécia desde 1873).

Claro que nem tudo é um “mar de rosas”. Após a adoção do estado assistencialista na década de 1970, a taxa de crescimento caiu. A Suécia enriqueceu e acumulou capital e tal tarefa foi auxiliada por uma política monetária continuamente austera, que fez com a Suécia jamais conhecesse um período prolongado de alta inflação de preços. Depois de desenvolvido, o país começou a adotar seu sistema de bem-estar social no final da década de 1960.

No entanto, o consumo deste capital acumulado está erodindo a riqueza da Suécia. Para um melhor esclarecimento, o crescimento da Suécia entre 1920 e 1965 era de 3.02%, mas depois da implementação do chamado “Estado de bem-estar-social”, o crescimento do país, entre 1966 e 2010, foi de 1.93%. 

O gráfico abaixo é um trabalho acadêmico do professor Olle Krantz intitulado “Economic Growth and Economic Policy in Sweden in the 20th Century: A Comparative Perspective”. 

O gráfico mostra a evolução do PIB per capita da Suécia em relação à média dos países europeus no período de 1870 a 2000. Perceba a brusca reversão a partir de 1950 e a acentuada queda a partir de 1970. 

A principal lição é que o estado de bem-estar social é uma receita de declínio. Um país rico pode segurar esse modelo por um bom tempo, mas ainda será cobrado um preço claro em termos de crescimento econômico e renda per capita. Para uma política assistencialista, a produtividade deve ser alta, e para isso, somente um alto grau de capital acumulado pode permitir a produtividade. Ou seja, o país já tem que ser rico para uma social democracia duradoura. Por isso, a social democracia no Brasil é algo impossível.


Texto por Victor Queiroz

1 comentário em “O MODELO SOCIAL DEMOCRATA DA SUÉCIA”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *