Introdução
O Brasil é um país com vasto potencial econômico, mas que ao longo de sua história tem enfrentado desafios significativos relacionados à estabilidade econômica. Ciclos de inflação alta, desemprego persistente, burocracia excessiva e altas taxas impositivas são apenas alguns dos obstáculos que têm afetado a prosperidade econômica do país. Neste artigo, exploraremos como uma maior liberdade de mercado pode ser o caminho para a conquista da estabilidade econômica tão almejada pelo Brasil.
No decorrer deste texto, analisaremos a fundo os princípios fundamentais do livre mercado e como eles podem se traduzir em soluções práticas para os desafios econômicos brasileiros. Além disso, também consideraremos críticas e desafios associados ao livre mercado, reconhecendo que sua implementação não é algo simples, principalmente observando o momento atual onde grande parte da população do país se mostra dependente de medidas populistas que tem por finalidade manter de maneira sorrateira o encabrestamento das massas. Devido a situação descrita, é importante destacar que algumas modificações necessárias para a erradicação desse tipo de dependência, precisam ser bem pensados e estimulados ao longo do tempo para evitar colapsos sociais graves. Portanto, ao final deste artigo, esperamos proporcionar uma visão abrangente sobre como os princípios do livre mercado podem ser uma chave para a estabilidade econômica no Brasil e uma resposta para o futuro de seus ocupantes.
História Econômica Brasileira
A história econômica do Brasil é uma narrativa rica e complexa que abrange séculos de desenvolvimento, transformações e desafios. Ao longo dos anos, o país passou por diversas fases econômicas que moldaram sua trajetória e influenciaram sua posição no cenário global, sendo muitas dessas fases o fruto de uma política de estados fortes e que limitavam o país utilizando tanto de regulações intervencionistas e autoritárias, quanto métodos burocráticos e taxativos para modelar e guiar a economia de mercado ao seu bel prazer. Dentro
dos 500 anos de história desse grande território, alguns momentos são de extrema relevância para o entendimento de sua trajetória e percalços econômicos.
Colonização e Ciclo do Açúcar:
A época da colonização do Brasil, que teve início em 1500 com a chegada dos portugueses, marcou o início de uma profunda transformação econômica na região. Durante os primeiros séculos da colonização, a economia era fundamentada na extração de recursos naturais, principalmente o pau-brasil, que era altamente valorizado na Europa. No entanto, foi com a introdução da cultura da cana-de-açúcar e a criação dos engenhos que a economia brasileira deu um salto significativo.
A produção de açúcar tornou-se a espinha dorsal da economia colonial, principalmente na região nordeste do país, onde as condições climáticas eram ideais para o cultivo da cana. Os engenhos, usados para moer a cana e produzir açúcar, eram unidades produtivas que empregavam mão de obra escrava africana, que era trazida em grande quantidade para suprir a demanda crescente. O açúcar brasileiro, conhecido como ”ouro branco”, era exportado para a Europa, tornando-se uma das principais fontes de riqueza para Portugal.
O Ciclo do Açúcar não apenas transformou a economia, mas também influenciou a sociedade e a cultura do Brasil colonial. As cidades costeiras, como Salvador e Recife, prosperaram devido ao comércio do açúcar, e a arquitetura colonial ainda reflete a riqueza dessa época. No entanto, o modelo econômico baseado na monocultura do açúcar e na exploração de mão de obra escrava tinha suas limitações, e as flutuações nos preços do açúcar no mercado internacional tiveram um impacto significativo na economia brasileira. Essa fase econômica serviu como o alicerce para o desenvolvimento posterior do Brasil, deixando um legado duradouro na história econômica do país.
Ciclo do Ouro:
O Ciclo do Ouro, que teve seu auge no Brasil durante os séculos XVIII e XIX, foi um período de transformação econômica significativa. Esse ciclo foi impulsionado pela descoberta de grandes reservas de ouro e diamantes nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso e foi responsável pela transferência do centro comercial da região Nordeste, para as regiões Sul e Sudeste.
A exploração desses recursos minerais atraiu uma enorme população de garimpeiros, mineradores e colonos para as áreas auríferas, resultando no crescimento de cidades e povoados. O ouro extraído era exportado para Portugal em grandes quantidades.
O Ciclo do Ouro teve profundos impactos na sociedade e na cultura brasileira. O crescimento das cidades mineradoras trouxe uma elite local abastada e promoveu o desenvolvimento de uma cultura artística rica, destacando-se o Barroco Mineiro. No entanto, a exploração mineral não estava isenta de desafios, incluindo a exaustão das minas e a imposição de altos impostos pela Coroa Portuguesa. Uma imposição muito famosa da época era a política intitulado
como Quinto, que exigia uma taxa de 20% de todo o ouro que fosse retirado das minas e também a Derrama, política que tinha como intuito garantir a captação dos recursos exigidos pela Coroa Portuguesa.
Esse período foi marcado por um grande fluxo de riqueza para Portugal, mas também por tensões que contribuíram para a busca da independência do Brasil em 1822. Jaziam presentes nesta época algumas das primeiras súplicas por liberdade, podendo ser destacadas a Inconfidência Mineira, um movimento separatista que teve como estopim a cobrança excessiva dos impostos, assim como a Conjuração Baiana, movimento de caráter emancipacionista, que almejava a Proclamação da República e defendia o fim da escravidão. O Ciclo do Ouro, com seu legado cultural e econômico, permanece como parte fundamental da história econômica e social do Brasil.
Império e Abolição da Escravidão:
Durante o período que se estendeu de 1822 a 1889, a economia imperial ainda era altamente dependente da agricultura, com destaque para o café como principal produto de exportação. No entanto, a escravidão, que havia sido a base do sistema econômico durante o período colonial, começou a enfrentar pressões tanto internas quanto externas. Pressões internas advieram dos crescentes movimentos abolicionistas e da resistência dos próprios escravos. Externamente, a pressão internacional para o fim do tráfico transatlântico de escravos se intensificou partindo principalmente da Inglaterra que naquele período exercia influência global de grande impacto e buscava um mercado consumidor cada vez maior.
Em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, a escravidão foi oficialmente
abolida no Brasil. Essa transição teve consequências econômicas significativas. Por um lado, a liberdade dos ex-escravos abriu caminho para a inclusão de uma nova força de trabalho assalariado na economia. No entanto, também trouxe desafios, como a necessidade de reintegrar ex-escravos na sociedade e na economia.
A transição da escravid˜ao para o trabalho assalariado foi acompanhada por mudanças na estrutura de propriedade da terra, com fazendeiros buscando formas alternativas de mão de obra. O Estado interveio com políticas para atrair imigrantes europeus, que se tornaram uma parte importante da força de trabalho.
Essa mudança para o trabalho assalariado trouxe impactos econômicos complexos. A produção agrícola continuou a crescer, impulsionada pela cafeicultura, mas a transição também gerou tensões sociais e políticas. O descontentamento com a centralização do poder nas mãos do imperador, a abolição da escravidão que teve impacto negativo para muitos fazendeiros da época e a queda nos preços internacionais do café, principal produto de exportação do país, fortaleceram o discurso republicano e culminaram em um golpe militar que resultou na proclamação da República em 1889.
República e Era Vargas:
O período após a proclamação da República em 1889 marcou uma fase crucial na história econômica do Brasil. Com a instauração do regime republicano, o país passou por uma série de transformações que moldaram seu desenvolvimento econômico e social. Uma das mudanças mais notáveis a chamada República do Café com Leite, que abrangeu boa parte do período de 1889 a 1930, foi caracterizada por uma alternância de poder entre os estados de São Paulo (representado pelo café) e Minas Gerais (representado pelo leite). Essa era foi marcada por um sistema político oligárquico, onde as elites agrárias desses estados detinham um controle substancial sobre o governo federal.
Esse período viu um foco na economia agroexportadora, com o café novamente sendo o principal produto de exportação. Políticas econômicas foram voltadas para a expansão da produção de café e o fortalecimento do setor agrícola, frequentemente em detrimento de outras indústrias e setores.
Em 1930 no entanto, a inserção de Getúlio Vargas, candidato que não pertencia a nem um dos estados eleitoralmente dominantes nas eleições, foi um grande marco na história da república. Após sua derrota nas eleições para Júlio Prestes, paulista e pelo Partido Republicano Paulista (PRP), o candidato à vice-presidência da chapa de Vargas, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, foi assassinado e foi o suficiente para que os militares exigissem a renúncia do então presidente Washington Luís e entregassem o poder a Getúlio Vargas.
Vargas assume o poder provisoriamente, tornando nula a constituição brasileira elaborada em 1891 e promovendo diversas mudanças na legislação trabalhista e implementando novas indústrias nacionais que estariam sob o guarda- chuva estatal.
Durante os 15 anos que Vargas se manteve no poder, apesar de implementar novas indústrias e o início para um possível novo molde econômico mais industrializado, ele iniciou um grande movimento de inserção de medidas populistas no país, podendo ser creditado com um dos grandes responsáveis pela situação de dependência estatal que a população brasileira enfrenta atualmente e tem grande dificuldade de se desvencilhar.
Ditadura Militar e Crise da Dívida:
Durante o regime militar no Brasil, a economia passou por fases de crescimento rápido, conhecidas como ”milagre econômico”, na década de 1970. Esse período foi caracterizado por altas taxas de crescimento do PIB, impulsionadas por investimentos em infraestrutura e na indústria. No entanto, essa prosperidade foi acompanhada por um aumento na dívida externa e desigualdades sociais crescentes. Além disso, as políticas econômicas eram altamente centralizadas, com intervenção estatal significativa na economia.
Apesar desse período ser visto com bons olhos quando se trata de crescimento econômico, ele acarretou em problemas futuros que normalmente costumam ser ignorados por serem consequências tardias de medidas totalitárias e que não buscavam um nível de endividamento ”saudável”,
A década de 1980 foi marcada pela Crise da Dívida Externa, que teve impactos significativos na economia brasileira. O país havia acumulado uma dívida externa substancial durante o período do ”milagre econômico”, e as condições econômicas globais se deterioraram, levando a uma crise na capacidade de pagamento da dívida. O Brasil foi forçado a buscar acordos de renegociação com seus credores internacionais.
Essa crise resultou em uma série de desafios econômicos, incluindo a necessidade de implementar políticas de austeridade e ajuste fiscal. O país enfrentou inflação alta, queda na qualidade de vida e desaceleração econômica. Foi também nesse contexto que o Brasil experimentou uma transição para a democracia, com o fim do regime militar em 1985.
Em resumo, o período da Ditadura Militar viu um crescimento econômico rápido, mas também acumulou problemas econômicos devido ao descontrole para com a dívida do país, além da demasiada centralização de poder nas mãos do estado. A Crise da Dívida Externa na década de 1980 representou um momento de desafios econômicos significativos que moldaram o cenário econômico e político do Brasil nas décadas seguintes.
Os Princípios do Livre Mercado
Para analisar como o livre mercado pode auxiliar a atual do país, é importante balizar alguns tópicos iniciais que são de extrema relevância, os quais ”Brasil” tem evitado de utilizá-los, ou no caso da regulação, utilizado de maneira exorbitante para o desenvolvimento de sua nação.
Livre Concorrência e Eficiência Econômica
A livre concorrência desempenha um papel essencial na promoção de preços competitivos e produtos de qualidade no mercado. Quando várias empresas competem em um setor, elas são motivadas a oferecer produtos ou serviços melhores a preços mais baixos para atrair clientes. Isso cria um ambiente em que as empresas estão constantemente buscando inovações, eficiências e melhorias na qualidade para ganhar uma vantagem competitiva. Como resultado, os consumidores se beneficiam com uma variedade de opções de alta qualidade a preços acessíveis, o que leva a um maior poder de escolha e satisfação do consumidor.
A concorrência desempenha um papel crucial em uma variedade de setores econômicos. Por exemplo, no setor de tecnologia, a competição entre empresas de smartphones como Apple, Samsung e Google levou a avanços tecnológicos constantes, preços competitivos e uma ampla gama de recursos para os consumidores escolherem. Da mesma forma, na indústria automobilística, a concorrência entre fabricantes de automóveis resulta em veículos mais seguros, eficientes em termos de combustível e acessíveis para os compradores.
Além disso, no setor de telecomunicações, a concorrência entre provedores de internet e operadoras de telefonia celular tem estimulado a melhoria
das redes e a oferta de planos de preços mais competitivos. Em última análise, a concorrência é uma força motriz que impulsiona a inovação, reduz os preços e aumenta a qualidade em uma variedade de indústrias, garantindo benefícios significativos para os consumidores.
Propriedade Privada e Incentivos ao Investimento
A propriedade privada é um pilar fundamental dos sistemas econômicos baseados no livre mercado. Ela confere aos indivíduos e empresas o direito de possuir, controlar e dispor de ativos e recursos. A importância da propriedade privada reside na sua capacidade de estimular a responsabilidade e o investimento. Quando as pessoas têm a certeza de que podem possuir e usufruir dos resultados de seus esforços e investimentos, elas têm incentivos mais fortes para trabalhar duro, economizar e investir em empreendimentos produtivos. Isso leva a um crescimento econômico sustentável, pois o acúmulo de capital se torna uma realidade e a economia se torna mais dinâmica e inovadora.
Além disso, a propriedade privada também desempenha um papel fundamental na promoção da liberdade individual. Ela permite que as pessoas tomem decisões autônomas sobre como usar seus recursos, fomentando a autonomia e a autodeterminação. Ao proteger a propriedade privada, as sociedades garantem a preservação dos direitos individuais e, ao mesmo tempo, incentivam o investimento, o crescimento econômico e o bem-estar geral.
Junto da propriedade privada, os incentivos ao investimento são cruciais para o crescimento econômico e o desenvolvimento. Quando os indivíduos e as empresas veem oportunidades para investir e acreditam que seus investimentos serão recompensados com retornos positivos, eles estão mais inclinados a alocar recursos financeiros em projetos de longo prazo. Esses investimentos podem ser em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, expansão de negócios ou educação, entre outros.
A existência de um ambiente favorável ao investimento, que inclui proteção da propriedade privada, um sistema legal confiável e uma economia estável, é fundamental para atrair investidores. Quando os investidores têm confiança de que seus investimentos estarão seguros e que podem colher os benefícios de seus esforços, estão mais dispostos a contribuir para o crescimento econômico e a criação de empregos. Isso não apenas beneficia as próprias empresas e indivíduos, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico de uma nação como um todo. Portanto, os incentivos ao investimento desempenham um papel crucial na construção de economias prósperas e dinâmicas.
Liberdade Econômica e Autonomia Empresarial
Um fator de extrema relevância é a liberdade econômica, um princípio central de sistemas econômicos baseados no livre mercado e que é extremamente eficiente quando se trata de construir novos empregos e melhorar gradualmente a qualidade de vida das pessoas. Ela envolve a autonomia e a capacidade dos indiv ́ıduos, empresas e investidores de tomar decisões econômicas com pouca
interferência governamental. Isso inclui a liberdade de empreender, produzir, comprar, vender e investir em uma economia aberta e competitiva. A liberdade econômica está associada à redução de barreiras regulatórias, burocráticas e tarifárias que possam restringir o comércio e a atividade empresarial. Quando a liberdade econômica é promovida, os mercados se tornam mais eficientes, a inovação é incentivada e o crescimento econômico é estimulado, resultando em maior prosperidade para a sociedade como um todo.
Dentro do aspecto de livre mercado, a autonomia empresarial refere- se à capacidade das empresas de tomar decisões independentes em relação à gestão de seus negócios, estratégias de crescimento e operações diárias. Essa autonomia é fundamental para o funcionamento eficaz das empresas, pois lhes permite adaptar-se às mudanças do ambiente econômico, identificar oportunidades de crescimento e gerenciar riscos de forma ágil. Empresas que desfrutam de autonomia empresarial têm a flexibilidade de inovar, investir em pesquisa e desenvolvimento, e ajustar suas operações de acordo com as demandas do mercado. A autonomia empresarial também está relacionada à tomada de decisões sobre a contratação, treinamento e retenção de funcionários, bem como a definição de políticas internas que refletem os valores e objetivos da empresa. Quando as empresas têm a liberdade de exercer essa autonomia, elas são mais propensas a prosperar, contribuindo para o crescimento econômico e a criação de empregos.
Intervenção e Regulação Estatal Limitada
A intervenção e regulação estatal limitada são princípios que sustentam a filosofia de um governo mínimo em questões econômicas. Sob essa abordagem, o governo desempenha um papel limitado na regulamentação e na intervenção nos mercados e nas atividades econômicas. Isso significa que as empresas e os indivíduos têm um alto grau de liberdade para conduzir seus negócios e atividades financeiras sem a interferência excessiva do governo.
A intervenção estatal limitada se mostra um tópico de extrema importância, pois permite que todas as pessoas possam decidir com uma verdadeira pluralidade as melhores soluções para os problemas existentes na sociedade. Em diversos casos, quando os políticos ficam encarregados de definir como as questões devem ser resolvidos, além de não terem um real incentivo para resolução dessas questões, eles apresentam uma variedade de ideias muito menor do que as milhares de mentes individuais presentes na nação, podendo ser mais eficientes e inovativos para com essas soluções.
Desafios Econômicos no Brasil
Visualizando todos os percalços que o Brasil passou desde a época de sua descoberta pela coroa portuguesa, acaba sendo previsível que um país com histórico de autoritarismo e com muita regulação estatal, teria vários problemas em sua estrutura econômica. Algumas das principais heranças dessa história
brasileira podem ser visualizadas a seguir e são um produto de toda ineficiência estatal cultivada dentro da nossa querida terra dos papagaios.
Inflação e Estabilidade de Preços
Um problema muito comum em países subdesenvolvidos que contém uma moeda própria e a famigerada inflação. Essa é uma companheira muito conhecida por todos os brasileiros, tendo nos acompanhado a dezenas de anos, diminuindo nossa qualidade de vida e poder de compra gradualmente. Diferente do que muitos pensam sobre inflação, ela não é o simples aumento de preços que temos nos produtos recorrentemente, na realidade ela é o que ocasiona esse aumento.
Atualmente, o Brasil utiliza de um indicador chamado IPC-A para verificar o aumento nos preços dos produtos em geral, mas o grande problema desse tipo de verificação é que ela não nos mostra realmente o tamanho da desvalorização monetária que a moeda teve ao passar dos meses, a verdadeira inflação. Diversas questões podem ocasionar um aumento nos preços em geral, sendo alguma delas as questões econômicas mundiais, como é muito comum no Brasil, a valorização do petróleo e consequentemente da gasolina ou então a recente escassez de chips no mercado que também ocasionou um encarecimento de produtos relacionados, mas inflação real somente é ocasionada por governos e se chama aumento na base monetária.
A base monetária é a quantidade de papel moeda que circula em toda a economia e ela define o quão escassa é aquela ”reserva de valor”. A grande jogada de todos os governos interventores acaba sendo utilizar da ferramenta de aumento da base monetária para se financiar, podendo produzir mais dinheiro quando quiser, produzindo um chamado imposto inflacionário que aos poucos retira valor da população e coloca nesse dinheiro novo que está sendo criado do absoluto nada.
O Brasil já passou por diversos momentos de inflação descontrolada, onde de tanto o governo abusar dessas ferramentas monetárias, diversas moedas acabaram sendo destru´ıdas e reformuladas, varias e varias vezes, sendo alguns exemplos o cruzado, cruzado novo, cruzeiro, até chegarmos no atual real, que apesar de seu relativo sucesso, está cada vez mais perdendo valor, e se continuar no caminho que vem seguindo, poderá novamente ser somente mais uma moeda esquecida na história do país.
Para que possamos garantir uma verdadeira estabilidade econômica, é importante que a população entenda o porque que o trabalho realizado hoje sempre parece menos valioso conforme o tempo passa, e a partir desse entendimento brigar por meios mais eficientes como reserva de valor, que não possam simplesmente ser mantidos sob controle de um estado para financiar seus gastos supérfluos às custas de sangue e suor da população sem seu consentimento.
Desemprego e Custo Brasil
Não é de hoje que diversos brasileiros buscam sair do país buscando uma melhor qualidade de vida e condições financeiras. Muitos brasileiros por encontrar dificuldades em obter um emprego ou então em adquirir um salário digno acabam optando por sair do país, afinal com preços sempre subindo e os salários não conseguindo acompanhar, cada vez mais empregos de remuneração mais alta acabam estando sempre em falta, criando uma competição gigantesca em todo mercado nacional onde pessoas sem formação acadêmica não conseguem se inserir.
O gradual aumento na taxa de desemprego do país é fruto dos mecanismos estatais que acabam cada vez mais dificultando a vida da população e impedindo o desenvolvimento da nação. O primeiro aspecto é a grande regulamentação estatal quando se trata da iniciativa privada e do empreendedorismo no país. Ao fomentar essas medidas de alta regulação e taxação, impede que diversos produtos e serviços não consigam ser realizados no país devido aos gastos com o governo impossibilitarem o lucro dessas empresas. Ao contrário do que muitos defensores de governos totalitários acreditam, o lucro é um mecanismo de extrema relevância, principalmente porque sem ele, se torna ineficiente produzir recursos para uso da sociedade, afinal não faz sentido se esforçar para perder dinheiro ou se manter no mesmo lugar no aspecto financeiro.
Além de todas essas medidas regulatórias impostas às empresas, o segundo mecanismo impossibilita que as pessoas comecem a se desprender do governo e do salário mínimo. O salário mínimo é uma medida que à primeira vista parece algo de extrema importância e que ajuda as pessoas a terem uma vida mais digna, porém quando vemos mais a fundo os incentivos dessa medida e também o porquê de ela ter sido criada no começo de sua utilização, fica claro que na verdade é mais um impeditivo para que as grandes massas possam crescer na sociedade.
A grande realidade é que os empregadores são proibidos de pagar menos que o mínimo legal é o equivalente a proibir trabalhadores de venderem a sua força de trabalho por menos que o salário mínimo. A restrição do mínimo legal é equivalente à restrição de que os trabalhadores permaneçam desempregados a não ser que encontrem empregadores dispostos a pagar aquele salário. Quando entendemos esse efeito perigoso, fica claro como essa medida aparenta ser bonita, mas no fim simplesmente inibe novos empregos. Sem novos empregos a competição por forças de trabalho e o desenvolvimento do mercado nacional acabam reduzindo, limitando as áreas onde o país pode se desenvolver e gerar novos empregos.
O conjunto dessas políticas acaba formando o famigerado ”Custo Brasil”, grande culpado por afastar investidores e manter o número de empregos baixos.
Desigualdade de Renda e Acesso à Educação e Saúde
Uma questão também muito relevante abordada por críticos do livre mercado é a desigualdade de renda entre os brasileiros. Em diversos momentos somos apresentados a uma visão ruim das pessoas que têm dinheiro, como se eles fossem os verdadeiros culpados por toda situação econômica ruim do país, como se eles fizessem puramente por serem maus e gananciosos.
A realidade é que maior parte das pessoas que detêm um patrimônio grande, eles realmente são donos de grandes estruturas como grandes empresas ou então líderes de grandes organizações, mas eles não são o verdadeiro problema, muito pelo contrário, não existe nada mais meritocrático do que ser recompensado por seu árduo trabalho de gerar valor para os demais.
Levando como exemplo Jeff Bezos, dono da gigantesca empresa Amazon e dono de uma das maiores fortunas do mundo, sua riqueza certamente é maior que o de milhões de pessoas, porém até 1994 quando sua empresa foi fundada, ele não tinha nem 0,001 por cento do que tem atualmente. Todo esse valor agregado acabou sendo fruto de anos e anos de trabalho duro e uma fórmula de entregas de encomenda extremamente eficiente que conseguiu cobrir o mundo todo, agregando um valor imenso não só à sua empresa, mas a todos os milhões de clientes da empresa que escolheram voluntariamente utilizar de seus serviços. Além disso, em 2022, a empresa alcançou a marca de 1.541.000 funcionários humanos, mostrando que não só os clientes são beneficiados por essa grande empreitada do bilionário.
A desigualdade no fim das contas é intrínseca ao ser humano, não existe uma só pessoa ou ser vivo que seja igual a outro em todas as suas características, sendo assim impossível garantir que todas tenham as mesmas condições e resultados.
Muitas pessoas acabam não chegando a essa conclusão por não conseguirem visualizar um valor no empreendedorismo na pessoa empreendedora. A crença dessas pessoas muitas vezes se limita a pensar que somente um estado totalitário e com punho de aço pode realmente resolver essa situação e tornar todos iguais, e realmente ele pode, mas a custo de toda a liberdade de sua população e de manter a todos na situação de pobreza, pois nesse tipo de sociedade que não existem incentivos reais para evolução, inovação e melhoria na produção de recursos.
Justamente pela falta de incentivos que é possível visualizar no país diversos problemas em todos os serviços públicos ofertados, desde o SUS que não tem condições adequadas para tratar as pessoas, deixando pacientes morrem na fila, até mesmo as escolas públicas que atualmente apresentam um ensino de péssima qualidade, quase obrigando a recorrerem a uma escola particular para os filhos. Diferente da iniciativa privada que precisa ser eficiente para obter seu lucro, quanto mais os políticos evitam fazer seu trabalho, mais eles acabam ganhando por hora trabalhada, tornando assim impossível fomentar a eficiência sem um ato de boa vontade da maior parte das pessoas presentes dentro do governo. No fim das contas, de nada adianta ter serviços ”gratuitos” se eles não são minimamente decentes para atender a população.
Como o Livre Mercado Pode Contribuir para a Estabilidade Econômica
Como mostrado anteriormente, o Brasil enfrenta diversos problemas ocasionados por políticas populistas e autoritárias que visam cada vez mais regular a economia e a maneira como as trocas são realizadas no ambiente nacional e internacional. Para que ocorra uma verdadeira melhora nesse aspecto econômico, algumas medidas fundamentais precisam ser tomadas.
Incentivo à Eficiência e Produtividade
É nítido que o estado brasileiro é extremamente ineficiente. Quando se trata do controle de suas empresas, sempre acabam sendo apontados diversos serviços ineficientes e que não tem a qualidade suficiente para atender de maneira básica a população. Além de toda a falta de incentivo para a melhora desses serviços, sempre acabam aparecendo um ou outro escândalo de corrupção que põe em xeque tanto a empresa quanto os governantes do país.
A realidade é que não existem até hoje maneiras eficientes de incentivar o poder público a tomar atitudes em prol da população e não em benefício próprio. Por conta disso, a melhor maneira para melhorar essas questões é a liberação dessas empresas para o setor privado, para que, dessa forma, as empresas tenham um porquê de trabalhar para melhorar sua produtividade e desenvolver maneiras melhores de atender seus clientes.
Um grande exemplo que deu certo quando se trata de abertura de mercado, acaba sendo o das telecomunicações brasileiras. Antigamente o setor era ainda mais regulado do que atualmente, tendo somente uma distribuidora estatal desse tipo de serviço. Nos dias atuais esse tipo de produto ainda não apresenta condições como em outros países com diversas operadoras e possibilidades para os clientes, mas ainda sim o setor teve uma melhora surpreendente, ocasionando na diminuição dos preços de toda a cadeia do setor para o consumidor e uma grande melhora na qualidade.
Estímulo ao Empreendedorismo e Inovação
O avanço da humanidade ocorreu devido a diversos fatores, sendo um dos principais todo o trabalho de diversas pessoas que se esforçaram muito para construir grandes civilizações e desenvolver novas tecnologias. Dentre todas as profissões criadas durante a existência da humanidade uma definitivamente acaba se destacando, sendo sempre muito requisitada e muitas vezes bem recompensada, o homem empreendedor.
O empreendedorismo sempre foi algo intrínseco da humanidade. Em diversos períodos da história podemos ver pessoas com esse espírito mudando e fazendo a vida de todos a sua volta radicalmente diferente a partir de sua ideia. Ideias como do motor a vapor, ou então a do smartphone que temos atualmente e estão nas mãos de todas as pessoas que conhecemos. Todas essas ideias acabaram surgindo e sendo executadas graças ao empreendedorismo, e graças
a essas pessoas que pensaram em como resolver problemas, nós temos todos os avanços da ciência e do conhecimento humano.
O estado brasileiro no entanto, não demonstra uma grande valorização das pessoas que escolher esse difícil e importante caminho, isso porque estão sempre dificultando a atuação dos mesmos, de forma que somente empresas já consolidadas e que tem algum conhecido dentro do establishment consigam realmente se manter em funcionamento, evitando que novos modelos de negócio mais eficientes possam entrar dentro daquele campo de mercado.
Somente através do incentivo a atividade empreendedora no país que o Brasil poderá realmente evoluir e se comparar com outras nações onde a pobreza pode ser visto como uma exceção. Certamente esse tipo de incentivo trará muitas pessoas a um patamar de riqueza que será um ponto fora do curva em relação às outras ao redor, mas todas essa riqueza será realmente gerada pela produção do tipo de serviço ou produto que for disponibilizado, do aumento de empregos disponíveis e de uma concorrência de mercado que só tem a beneficiar os consumidores. Esse tipo de medida é o que permite a real modernização de uma nação, melhorando a vida de todos não igualmente mas possibilitando que todos avancem ao invés de ficaram estagnados na mesma posição de pobreza.
Redução da Burocracia e Melhoria do Ambiente de Negócios
A burocracia estatal presente no país é sem dúvida um dos maiores problemas enfrentados pela população. Graças ao excesso de regulação, diversas atividades no país se tornam impossíveis, pois ou acabam sendo complexas demais para valer a pena serem executadas ou então simplesmente trazem um custo absurdo para o desenvolvimento da mesma.
Atualmente é imprescindível para um país que tem a necessidade de se desenvolver economicamente e conseguir reduzir ao máximo a burocracia para os negócios locais, além de tornar o ambiente mais favorável para empresas tanto nacionais quanto internacionais. Com maneiras mais simples e regras claras para se montar e desenvolver estruturas comerciais o desenvolvimento do ambiente acaba se tornando inevitável, tudo isso pode ser visto em vários países que passaram recentemente por regimes autoritários e uma pobreza extrema que após grandes reformas de livre mercado e um ambiente que agrada a livre iniciativa conseguiram por A mais B modificar totalmente a situação econômica do local, muitos desses países não sofrem mais com problemas de desemprego e conseguem que toda a população se sinta satisfeita com a situação que tem, sendo a pobreza uma verdadeira exceção.
Locais como Estônia e Singapura, são grandes exemplos de que a liberdade econômica, que deixa as pessoas trabalharem sem um controle centralizado, pode gerar resultados econômicos fantásticos. Os dois países estão atualmente no top 10 países com maior liberdade de mercado, e justamente por toda essa abertura de mercado que tem se tornado locais com baixíssimo número de desempregados, além de terem um PIB per capita de dar inveja ao resto do mundo.
Aplicação em outros países
Diferente de países com modelos econômicos mais centralizadores e autoritários, alguns países optaram por seguir pelo caminho contrário ao do coletivismo padrão que está sempre em pauta no Brasil. Dentre eles, alguns podem ser destacados como modelos interessantes para se inspirar e visualizar os avanços que o livre mercado proporciona.
Estônia: Reerguendo uma nação
A Estônia é frequentemente citada como um exemplo notável de uma nação que adotou reformas de livre mercado após a queda da União Soviética. Após sua independência em 1991, o país báltico embarcou em um processo de transformação econômica que incluiu a privatização de empresas estatais e a abertura de sua economia ao comércio internacional. Essas reformas foram acompanhadas por uma série de políticas favoráveis aos negócios, incluindo baixas alíquotas de impostos e simplificação dos processos regulatórios.
Os resultados econômicos da Estônia desde as reformas têm sido impressionantes. O país registrou um crescimento econômico sólido e consistente, tornando-se uma das economias mais prósperas da Europa Central e Oriental. A abertura ao comércio internacional atraiu investimentos estrangeiros e promoveu a inovação. Além disso, a Estônia é frequentemente elogiada por seu ambiente de negócios favorável, que estimulou o empreendedorismo e a criação de startups de tecnologia.
Singapura: A Economia Livre e Desenvolvida
Singapura é um exemplo notável de como a adoção de políticas de livre mercado pode transformar uma economia em um período relativamente curto. O país, uma cidade-estado localizada no sudeste asiático, optou por adotar uma abordagem pró-ativa em direção à liberalização econômica e a promoção do livre comércio. Uma das estratégias-chave adotadas por Singapura foi a privatização de empresas estatais e a redução da intervenção governamental na economia. Essa abordagem permitiu que o setor privado prosperasse, impulsionando a eficiência e a inovação em toda a economia.
A liberdade econômica desempenhou um papel crucial no sucesso de Singapura. O país manteve impostos corporativos competitivos, uma força de trabalho altamente educada e uma infraestrutura de classe mundial. Além disso, a abertura ao comércio internacional e a atração de investimentos estrangeiros diretos foram fundamentais para o crescimento econômico contínuo. A localização estratégica de Singapura como um hub comercial na região Ásia-Pacífico também contribuiu para seu sucesso como centro de logística e comércio global. A combinação de políticas de livre mercado, liberdade econômica e atração de investimentos estrangeiros tornou Singapura uma das economias mais desenvolvidas e prósperas do mundo, servindo como um exemplo inspirador de como esses princípios podem impulsionar o crescimento econômico e a prosperidade.
Nova Zelândia: Reformas Liberais e Crescimento
A Nova Zelândia é frequentemente citada como um exemplo notável de uma nação que implementou reformas liberais transformadoras nas décadas de 1980 e 1990. Essas reformas foram projetadas para revitalizar a economia do país, que estava enfrentando dificuldades econômicas e uma crise fiscal. Uma das principais características dessas reformas foi a desregulamentação, que visava eliminar barreiras burocráticas e regulatórias que dificultavam a atividade empresarial. Além disso, houve uma significativa redução do tamanho do governo, incluindo a venda de empresas estatais e a reforma do sistema de bem-estar social.
Os resultados econômicos dessas reformas foram notáveis. A Nova Zelândia experimentou uma reviravolta econˆomica significativa, com um crescimento econômico mais forte, maior eficiência no setor público e uma economia mais competitiva globalmente. A desregulamentação e a liberalização comercial abriram novas oportunidades de negócios e atraíram investimentos estrangeiros diretos. A redução do tamanho do governo permitiu um controle mais eficaz dos gastos públicos e uma melhoria nas finanças públicas. Em resumo, as reformas liberais implementadas pela Nova Zelândia nas décadas de 1980 e 1990 tiveram um impacto profundo na transformação do país em uma economia mais competitiva.
Conclusão
Em conclusão, os princípios do livre mercado oferecem uma via promissora para a busca de estabilidade econômica no Brasil. Ao promover a competição, a eficiência e a inovação, esses princípios têm o potencial de impulsionar o crescimento econômico de forma sustentável. A adoção de políticas que incentivem a desregulamentação, a liberalização comercial e a atração de investimentos estrangeiros diretos pode aumentar a produtividade e a competitividade da economia brasileira.
Além disso, o livre mercado permite que os empreendedores e empresas busquem oportunidades de negócios, criem empregos e geram riqueza, contribuindo para a melhoria do padrão de vida da população. O exemplo de sucesso de outras nações que adotaram abordagens liberais em suas políticas econômicas destaca o potencial positivo dessas estratégias.
*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.