Introdução
O ano de 2016 foi um marco na história do Brasil, deflagrando mudanças profundas e duradouras no cenário político, econômico e social do país. Esse período foi caracterizado por uma série de eventos que alteraram o futuro da nação de maneiras significativas.
Protestos
Ovacionados pelo pedido de prisão preventiva de Lula e pela definição de rito do impeachment pelo Supremo Tribunal Federal (STF), centenas de milhares de pessoas protestavam em diversas cidades do Brasil, reivindicando o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em São Paulo, 500.000 pessoas se reuniram na Avenida Paulista.
É importante notar que o sentimento predominante entre os manifestantes era o de rejeição ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao governo de Dilma, especialmente pela corrupção e a crise da economia. Muitos brasileiros desiludidos acreditavam que qualquer opção seria melhor.
George Bastos, hoje com 25 anos, começou a se envolver com política durante as manifestações do “Fora Dilma”. Ele conta que, em 2014, começou a se interessar e a debater sobre política. Em 2016, no auge das manifestações, tudo era novidade para ele. O processo de impeachment de Dilma Rousseff trouxe muitas discussões e novas amizades, como com Rodrigo Ambrósio e Aécio. O maior protesto nacional ocorreu em março de 2016. Hoje, em 2024, ele continua ativo nos debates políticos, fundador de movimentos liberais de direita como a União da Juventude Liberdade (UJL) e suplente vereador de Recife.
O fato é que o maior protesto nacional já visto no Brasil visava impactar parlamentares indecisos a votar a favor do impeachment e acelerar a análise das contas da campanha de Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entre os políticos da oposição, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, ambos do PSDB, foram vaiados e acusados de oportunistas. Em Brasília, Jair Bolsonaro (PSC-RJ) fazia um discurso de protesto. Enquanto isso, havia apoiadores nas ruas segurando cartazes com os dizeres #Bolsonaro2018, uma alusão a sua possível candidatura às eleições de 2018.
Crise Política e Impeachment
A crise política que eclodiu em 2016 dividiu o país, tanto em protestos a favor quanto contra o impeachment. Essa crise tem diversos motivos. Primeiro, do ponto de vista econômico, tivemos uma presidente incompetente que insistiu numa agenda intervencionista como estado indutor do desenvolvimento.
Algumas delas são um conjunto de medidas desconexas da realidade: congelamento de preços da energia elétrica em 2015, que foi uma tentativa de conter a inflação e aliviar a recessão para o consumidor, bem como aparelhamento da empresa estatal Petrobras que culminou em inúmeros escândalos de corrupção (Petrolão); PACS e excesso de bolsas sociais, com pouca fiscalização. Isso aumentava o gasto público e repassava o custo à população.
Consequentemente, o que se observava era uma crescente revolta da população que encontrava os preços de produtos e serviços mais caros e um desemprego generalizado entre os jovens. Entre essas e outras razões, a presidente cada vez se encontrava mais isolada politicamente, no momento que o congresso ouviu a indignação da população.
A alta escalão da esquerda (representado pelo Partido dos Trabalhadores) aponta que o começo do “golpe” foi a carta do então vice-presidente Michel Temer endereçada ao tratamento autoritário da presidente Dilma e que desde então o vice fazia a coligação com outros partidos no congresso para não somente aprovar o impeachment, mas também criar um governo de transição (2016-2018).
O que se provou meras narrativas e a presidente Rousseff sofreu impeachment pelas pedaladas fiscais (o menor dos erros dela) e por uma manobra do Ministro Lewandowski, que manteve os seus direitos políticos preservados dela e Michel Temer assumindo a presidência.
Operação Lava-jato
A operação Lava-jato (2014-2021) descobriu esquema de corrupção envolvendo desde a alta cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT) e outros partidos políticos aliados, empresários. O caso mais emblemático foi o envolvimento deles que utilizaram a empresa estatal Petrobrás para desviar bilhões de reais através de contratos superfaturados e propinas pagas.
Nesse processo, Lula foi indiciado em vários processos e teve condenações em primeira instância (vara de Curitiba), segunda instância e terceira instância.
O então presidente ( 2023- ) foi libertado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou as provas da Lava Jato devido à denúncia de que o juiz Sérgio Moro não foi imparcial e houve vícios processuais envolvendo o então procurador do MP, Deltan Dallagnol.
Investigações e prisões
Vale ressaltar que diversos políticos foram presos, especialmente Eduardo Cunha (MDB) e Sérgio Cabral, com revelações contínuas de corrupção.
Conclusão
O ano de 2016 contabilizou vários eventos marcantes da história brasileira. A mudança, apesar de traumática, significou uma nova oportunidade para um despertar da população acompanhar e pressionar os políticos. Exemplos como o de George Bastos e tantos outros movimentos liberais que surgiram das manifestações de 2016 retratam que o Brasil está na vanguarda dos movimentos liberais.
Durante a operação Lava-jato, nunca antes se prendeu tantos políticos corruptos. Aprendemos que quem soluciona os nossos problemas da realidade são indivíduos como eu e você que acreditam em ideias como liberdade e dignidade da pessoa. Num sistema presidencialista e regime democrático, aqueles que detêm o poder podem querer nos censurar ou oprimir com fantasias. No entanto, com conhecimento e ação, podemos reagir e cultivar um país próspero e justo às novas gerações.
Por fim, Como diz Marcel Van Hattem (NOVO-RS) em seu discurso na tribuna do congresso: “Eu não quero viver em outro país, quero viver num novo Brasil”. Cabe complementar com as palavras de Ludwig Von Mises: “Ideias, e somente ideias, podem iluminar a escuridão”.
*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.