A dicotomia entre esquerda e direita é onipresente nas discussões políticas brasileiras. Ela alimenta paixões, divide amizades e transforma política em um jogo de rivalidades. Mas seria essa divisão tão fundamental quanto parece? Ou seria apenas uma cortina de fumaça que esconde a verdadeira batalha política: indivíduo versus Estado?
A Origem de Direita e Esquerda
A origem dessa divisão remonta à Revolução Francesa, quando os membros da Assembleia Nacional se sentavam à direita ou à esquerda do presidente, dependendo de suas posições políticas. Aqueles que defendiam a preservação da monarquia e das tradições sociais posicionavam-se à direita, enquanto os defensores da limitação dos poderes do rei e partidários de mudanças radicais sentavam-se à esquerda. Esse arranjo espacial refletia posições políticas fundamentais e acabou criando um marco simbólico duradouro. Com o passar do tempo, esses conceitos foram adaptados a diferentes contextos históricos e culturais, ganhando nuances, mas mantendo o antagonismo original como base.
A Origem do Estado
Historicamente, o Estado surgiu como uma forma de centralizar poder e recursos, muitas vezes por meio de coerção. A teoria do “bandido estacionário” sustenta que líderes tribais ou guerreiros nômades perceberam que poderiam extrair mais riqueza estabelecendo-se em um território e cobrando tributos regularmente, em vez de saquear de forma esporádica. Essa centralização de poder evoluiu para o que hoje conhecemos como Estado, uma entidade que exerce monopólio sobre a força e sobre as decisões políticas em uma sociedade. O Estado promete proteção contra inimigos externos e estabilização da ordem social interna, em troca do pagamento de tributos.
O Estado atual, onipresente e coercitivo, exerce um controle gigantesco sobre os indivíduos, ainda usando a mesma justificativa. Ele coleta impostos e regula nossas nossas liberdades civis, atividades econômicas, e diversos outros aspectos de nossas vidas privadas. Apesar de prometer garantir direitos, o Estado rotineiramente falha, e raramente é responsabilizado ao falhar em cumprir suas próprias promessas. A onerosa máquina estatal consome todo ano recursos na casa dos trilhões e se alimenta de tributos escorchantes, que pesam sobre todos, mas atinge especialmente os mais pobres. Cada real retirado do bolso do cidadão é um real que poderia ser usado para atender às verdadeiras necessidades das pessoas, conforme definidas por elas mesmas, que realmente sofrem as consequências dessas escolhas.
A Verdadeira Natureza do Estado
O Estado não produz riqueza; ele apenas redistribui o que é tomado da sociedade por meio da tributação. E faz isso de forma coercitiva, independentemente de cumprir ou não sua promessa de garantir as liberdades individuais. Como uma instituição que viola sistematicamente essas liberdades poderia, ao mesmo tempo, protegê-las?
A sociedade, por outro lado, sabe melhor quais são suas necessidades. Pessoas, comunidades e organizações civis estão diretamente envolvidas nos resultados de suas escolhas. Elas sofrem ou se beneficiam das consequências, criando um incentivo natural para que ajam de forma mais eficiente e responsável. Já os políticos e burocratas, protegidos por camadas de privilégios, estão distantes do impacto de suas decisões. Essa desconexão faz parte do problema do cálculo econômico: enquanto o mercado se adapta às necessidades reais das pessoas, o Estado aloca recursos de forma arbitrária e ineficaz.
O Estado, segundo sua própria justificativa, deveria existir para proteger os direitos fundamentais — como vida, liberdade e propriedade. Mas, na prática, ele se torna o maior violador desses direitos. Governar coercitivamente e tomar parte significativa do fruto do trabalho dos cidadãos não são sinais de proteção, mas de controle. Não há garantias nem padrões de qualidade nos serviços que o Estado promete, enquanto políticos e burocratas detém o poder de unilateralmente aumentar os impostos e seus próprios salários.
Liberdade: O Caminho para a Felicidade
A liberdade é um valor universal e indispensável para a felicidade. Não há verdadeira realização pessoal sem a capacidade de escolher. Sejam liberdades civis – escolher a quem amar, qual religião praticar, poder expressar seus pensamentos – ou liberdade econômica – escolher qual profissão seguir, poder abrir seu negócio e decidir onde gastar seu dinheiro – a liberdade é condição necessária para a busca da felicidade, da forma como cada um entende melhor, ressalvado o respeito à liberdade dos demais. Tanto na dimensão social quanto na econômica, a liberdade também se traduz em prosperidade e dignidade.
Quando o Estado cresce, a liberdade encolhe — e isso afeta a todos, ricos ou pobres. Regulações coercitivas limitam o que podemos dizer, com quem podemos nos casar, o que podemos fazer em nossa privacidade. Tributos drenam recursos que poderiam ser usados de maneira mais eficaz pela sociedade para gerar empregos e inovações tecnológicas. Cada indivíduo sabe melhor como atender às suas necessidades, enquanto o Estado, com sua burocracia massiva, não sofre as consequências de suas más decisões, feitas por políticos e desconectadas da realidade do povo.
Conclusão
O futuro do Brasil não depende apenas de quem ganha as próximas eleições, mas de como enxergamos nosso papel na sociedade. Para os políticos, somos peças de um tabuleiro de xadrez, somos rebanho a ser consumido.Já é hora de sairmos da disputa esquerda versus direita e enfrentarmos a verdadeira questão: será que ainda somos donos de nossas próprias vidas?
Reflita sobre qual o valor da liberdade para você. Você acredita que sua vida pertence a você ou ao Estado? Se a liberdade é a base da felicidade, da prosperidade e da dignidade humana, por que tantas vezes aceitamos trocá-la por tão pouco, sem questionar?
A liberdade é o tecido que dá forma às nossas escolhas, aos nossos sonhos e às nossas realizações. Sem ela, somos meros coadjuvantes de nossas próprias histórias, manipulados por forças que não têm nossos interesses em mente.
Imagine um Brasil onde cada indivíduo seja livre para perseguir pacificamente suas próprias aspirações, onde a criatividade humana floresce sem as amarras de regulações opressoras, onde a prosperidade é compartilhada porque as pessoas optam por cooperar, não porque são obrigadas. Esse mundo é possível, mas depende de uma escolha: permanecer na zona de conforto da obediência ou lutar pela autonomia de nossas vidas. A pergunta é: você está disposto a ser o autor da sua história? Participe desse debate. Deixe seu comentário e vamos continuar essa conversa!
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*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.