5 princípios econômicos que TODOS deveriam saber!

É extremamente importante possuirmos diversos conhecimentos perante o mundo atual, afinal ninguém gosta de ser ignorante não é mesmo?

Porém, existe uma linha tênue entre aprender pelo gosto na aquisição de conhecimento e aprender pela necessidade de compreender assuntos que pautam a nossa vida, tanto no debate político quanto no dia a dia.

Isto posto, acredito que nós vivemos na era da economia, muitos dos assuntos e pautas que diariamente afetam a nossa vida, estão profundamente ligados a pauta econômica, longe de mim dizer que a economia é tudo que influencia a nossa vida, todavia acredito que seja um pilar da sociedade atual o debate econômico, e compreender as premissas desse debate é essencial para a compreensão dos problemas moderno.

Tendo isso em mente, apresento-vos cinco princípios econômicos que acredito serem extremamente importantes para todo e qualquer indivíduo.

1. O valor de algo é subjetivo, não objetivo!

Por que as pessoas gastam altas quantias monetárias com objetos/serviços supérfluos, como jóias?

Em outras palavras, esse foi um dos problemas mais antigos dentro da economia por séculos, afinal por que o diamante vale mais do que a água?

Ora, nós temos uma necessidade intrínseca por água, faz parte da nossa natureza biológica, literalmente é um material o qual nós não podemos viver sem, já o diamante é apenas um material que nos apraz, não tendo um valor de necessidade biológica interno para os seres humanos assim como a água.

Alguns poderiam argumentar que o diamante não é mais valoroso do que a água de fato, mas nós apenas nos enganamos pelo padrão de consumo da sociedade e acabamos dando valor a coisas bobas que não merecem a nossa atenção.

Esse é um bom ponto, mas ainda temos que lidar com o problema real de que o diamante factualmente vale mais do que a água, as pessoas pagam mais caro por diamante, precisam de mais tempo de trabalho para conseguir dinheiro para ter um diamante, e valorizam muitíssimo mais alguém que possui um objeto decorativo de diamante do que ter água em casa.

O fato é que isso acontece porque os bens e serviços na economia NÃO POSSUEM VALOR OBJETIVO, isso implica em algumas conclusões.

Isso ocorre pelo simples fato da oferta e da demanda alterarem as nossas preferências e o contexto em que nós estamos inseridos também.

Nós damos menos valor à água, porque dentro do contexto em que estamos inseridos, ela é um item abundante e de fácil acesso, contrário aos diamantes. Agora mudemos o contexto para um deserto escaldante, o que você acha que terá mais valor para nós: uma pilha de diamantes ou um galão d’água de 20 litros?

Em resumo, à medida que as nossas necessidades vão sendo supridas, nós temos a tendência a dar valor a coisas diversas que não implicam necessariamente em nossas necessidades biológicas.

2. Divergências salariais entre profissões não são um problema

Agora que compreendemos a respeito da ideia de valor subjetivo, podemos ir mais a fundo acerca de problemas reais que surgem acerca do debate econômico.

Afinal, por que jogadores de futebol ganham mais do que professores?

Novamente, a justificativa de que professores são mais úteis à sociedade e jogadores de futebol menos não se mostra válida aqui, pelo mesmo motivo que foi apresentado no dilema do diamante contra água.

Porém, muitos ainda sim argumentam que é um absurdo que professores ganham tão pouco e que jogadores de futebol sejam milionários aos 20 anos, mas precisamos entender uma coisa para que esse seja clarificado em nossa mente.

Jogadores ganham mais porque as pessoas veem mais valor para a sua vida em um jogador do que em um professor, por mais absurda que essa afirmação parecença ser, ela é um fato muito bem estabelecido.

Grande parte do dinheiro do mundo esportivo advém de marcas que através de propaganda patrocinam campeonatos, times, eventos esportivos e etc. Mas então o que é necessário para uma campanha de marketing ter sucesso? 

Simples, público. 

Mas como se consegue público? Atraindo as pessoas para assistirem aos jogos.

E é por isso que jogadores de futebol ganham tanto, porque as pessoas querem vê-los, com isso os times brigam utilizando maiores fatias monetárias para atrair os melhores jogadores, afinal o time que tem os melhores ganha mais e o time que ganha mais tem mais público e mais públic é igual a mais renda.

É evidente que o dinheiro do mundo do futebol não é proveniente apenas de propaganda, no entanto a explicação do fenômeno por meio desta é mais fácil, porém a lógica se mantém a mesma.

Sendo assim, podemos concluir que divergências salariais surgem apenas das preferências das pessoas por determinado produto, nesse caso a nossa comparação foi entre esporte e educação, mas poderia ser entre arte e medicina, não importa o ramo, a lógica é a mesma para todas as coisas, logo não existe nada de injusto em jogadores ganharem mais do que professores, as pessoas simplesmente assim quiseram, se você quer que essa realidade mude, atraia as pessoas para a educação.

3. A falácia da soma zero

Mas afinal, o que leva uma pessoa a pensar que é injusto um professor ganhar menos do que um jogador de futebol? Seria normal a pessoa achar que o professor deveria ganhar devido a sua grande entrega de valor a sociedade, mas por que alguns acham essa diferença salarial injusta?

É aqui que entra a famosa “Falácia da soma zero”

Essa falácia nada mais é do que uma falsa compreensão do que é a economia e de como ela funciona, a falácia da soma zero acredita que a riqueza é uma espécie de bem finito que está presente em quantidade fixa no mundo.

Em outras palavras, adeptos desse pensamento acreditam que para alguém ficar mais rico outro necessariamente precisa ficar mais pobre, a riqueza seria como um pedaço de bolo, onde para alguém poder degustá-lo terá que tirar um pedaço do bolo consequentemente tirando um pedaço que alguém poderia igualmente usufruir.

Esse pensamento só esqueceu uma coisa, o fato de que a riqueza não é um bem fixo.

Riqueza é quantidade de valor que um indivíduo conseguiu entregar para a sociedade, sendo esse valor traduzido em dinheiro, veja que valor aqui não é um imperativo moral, pessoas más podem enriquecer tanto quanto pessoas boas, mas o dinheiro é amoral, logo alguém que enriqueceu de forma cruel, enriqueceu fazendo algo que alguém queria e desejava, logo essa pessoa enriqueceu agregando a outrem, essa é literalmente a única forma de ganhar dinheiro.

Acontece que quanto mais rico um mundo, melhor fica para todos, não só para quem enriqueceu.

Vejamos a seguinte situação, imagine um patrão que contrata um funcionário, o funcionário exerce suas obrigações de modo extraordinário o que dá um retorno altíssimo para a empresa do patrão, mediante essa situação faria total sentido para o patrão simplesmente aumentar o salário do funcionário, não por bondade, mas por esperteza. 

É uma conta bem simples, o funcionário gera um alto retorno ao patrão, seria mais interessante para o superior fazer de tudo para manter esse funcionário ou deixar que ele saia e vá ser contratado em o local que irá pagar mais? Ainda mais sabendo do seu histórico de sucesso.

Esse foi só um exemplo, pense que se a empresa ganhou dinheiro, foi porque as pessoas quiseram gastar seu dinheiro e se elas quiseram foi porque algo despertou o interesse delas.

Sendo assim, esqueça o jargão “Para alguém ganhar, outro tem que perder” a economia não funciona dessa forma, quando mais livre e competitivo for o mercado, melhor para todo mundo.

4. As pessoas agem mediante incentivos

Se você pudesse ir para um lugar ganhar o dobro do que você ganha fazendo o mesmo que você faz, você iria?

Essa pergunta obviamente foi retórica, não há dúvida que a resposta seria sim, agora pensemos o seguinte, imagine que você trabalha em uma empresa que faz um trabalho humanitário fantástico e que ajuda a erradicar a fome no mundo, o salário é aceitável, mas você não está nesse emprego pelo dinheiro, mas sim pelo amor em ajudar os outros, no entanto o seu novo colega de trabalho diz para você que ele não se importa em erradicar a fome,  ele aceitou o emprego porque as condições são melhores para ele do que o anterior, qual seria a sua reação?

Alguns protestaram, mas cabe a pergunta, o que tem de errado na afirmação dessa pessoa? Afinal, é errado trabalhar em um lugar “só pelo dinheiro”?

Veja, não estou dizendo aqui que esse homem seria um péssimo funcionário, estou falando de uma pessoa que executa as suas tarefas com todo êxito exigido dele, o que tem de errado nisso?

A resposta para isso é simples, primeiramente não é errado, mas além disso essa é a forma como o mercado opera, as pessoas realmente não estão interessadas em fazer o bem ou ajudar os outros, mas sim preocupadas com o próprio umbigo.

O ponto que é crucial notar, é que contanto que alguém não faça algo imoral ou antiético, as pessoas apenas reagem aos incentivos que são dados e isso é extremamente importante de se entender para entender como um mercado saudável funciona, não espere que as pessoas façam o bem porque elas são boas, esperem que elas façam o bem porque assim será mais vantajoso para elas.

Logo, pense em uma mulher viciada em sorvetes que odeia estrangeiros, se o melhor produtor de sorvetes da região dela for estranhageiro, essa mulher não terá muito o que fazer e essa é a beleza da economia de mercado.

A economia de mercado traduz o que o indivíduo é, ela não busca moralidade, bondade, ética ou qualquer coisa do tipo, ela apenas dá aos indivíduos aquilo que eles querem, não se importando com quem eles são ou que eles fazem.

Como disse Michael Jordan, lendário jogador de basquete e fundador da marca de calçados “Air Jordan”, quando lhe perguntaram sobre o porquê de não se posicionar politicamente a favor dos democratas: “Republicanos também compram tênis”

5. Divisão do trabalho 

Entendendo que os indivíduos agem por interesses, podemos compreender que cada um exerce uma função dentro do jogo econômico e que essa função não precisa ter correlação com outra.

De onde veio o seu celular? Alguns poderiam dizer “da marca tal” Mas a pergunta permaneceria no ar, de onde vem os materiais do celular? 

Quem faz esses materiais? 

Quem explora os elementos da natureza para obter a matéria prima necessária para a construção dos materiais? 

Quem cuida do transporte, tanto dos materiais quanto da matéria prima?

Quem cria as máquinas necessárias para o transporte e para a exploração da natureza para a obtenção da matéria prima?

Quem cria o material necessário para as máquinas?

Essas perguntas poderiam ser escaladas infinitamente, a realidade é bem objetiva, por mais simples que um bem pareça, o fato é que esse bem passou pela mão de milhões de pessoas diferentes interagindo entre si, sem nenhuma ligação.

Essa teia extremamente complexa caracteriza a chamada divisão do trabalho, onde cada indivíduo é responsável por se especializar em um ramo específico de trabalho, para obtenção de maior eficiência no processo.

Quem produz os melhores sapatos, alguém que apenas faz sapatos ou alguém que faz sapatos, bonés, meias e camisetas?

A divisão do trabalho é um mecanismo extremamente complexo e muito além da nossa capacidade de entender, o mecanismo descentralizado natural que faz com que nós possamos pegar um celular em nossas mãos é o mesmo mecanismo que garante que os indivíduos não possam ser tão arrogantes entre si, afinal um homem pode ser extremamente racista, mas muito provavelmente algum homem negro participou da produção de algo de valor para esse homem racista.

Conclusão

Economia não é um bicho de sete cabeças, entendendo melhor a economia, é possível entender a vertente em que certos discursos são pautados hoje em dia, afinal nós podemos compreender a lógica por trás do raciocínio.

Entender economia nada mais é do que compreender como os indivíduos reagem diante dos incentivos que lhe são postos na mesa, compreender essa lógica, não só irá lhe oferecer mais ferramentas para entender a humanidade, como também evita que você caia em falácias tão comuns replicadas hoje em dia.


Texto por Gabriel Barros

Arte por Tailize Scheffer

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