05 Mitos sobre o Liberalismo

5 mitos sobre o liberalismo

Ao analisar os debates acerca do liberalismo nas redes sociais, percebe-se o quanto muitas pessoas o interpretam mal. Boa parte do senso comum desconhece o real significado do liberalismo. Alguns espalham desinformação no que se refere ao liberalismo, seja por falta de conhecimento, seja por má fé ou até mesmo manipulados por uma ideologia progressista, que utiliza o termo “liberal” como sinônimo de xingamento.

A seguir, pretendemos desmistificar 5 mitos sobre o liberalismo, esclarecendo seu real significado.

Mito 1: O liberalismo é sonônimo de “capitalismo selvagem”

Por defender o livre mercado, existem pessoas que julgam o liberalismo como sinônimo de “capitalismo selvagem”, onde é “cada um por si e salve-se quem puder”. Essa ideia errônea, propaganda por muitos, quer mostrar que o capitalismo é um sistema preocupado apenas com o lucro desenfreado, ignorando completamente as responsabilidades sociais. Quem defende essa convicção, acredita que o capitalismo só favorece os ricos, aumentando a pobreza e desigualdade social.

Vamos aos fatos:

É inegável que os países que têm maior liberdade econômica são aqueles que mais reduziram a pobreza. A história mostra que quando o governo não interfere na economia ou interfere minimamente, a sociedade prospera. Isso mostra o erro dos que afirmam ser o capitalismo a origem da pobreza. A realidade mostra que a economia não é um jogo de “soma zero”, em que para alguns ganharem, outros devem perder. Pelo contrário, aqueles que geram riqueza, contribuem não só por seu progresso, mas também para o  progresso de toda a sociedade.

Para compreender melhor a relação entre liberdade econômica e combate à pobreza, leia o artigo de André Borges Uliano, intitulado 15 gráficos que mostram por que a liberdade econômica importa1

Podemos ver também em Capitalismo: o ideal desconhecido de Ayn Rand, como o capitalismo é o único sistema capaz de garantir o progresso da humanidade:

Nenhum sistema econômico-político da história, até hoje, provou seu valor de forma tão eloquente ou beneficiou a humanidade quanto o capitalismo, e nenhum sistema fora atacado de forma tão feroz, selvagem e cega quanto ele. A torrente de desinformações errôneas, distorções e falsidade desvelada sobre o capitalismo é tamanha que os jovens de hoje não têm ideia de sua natureza real.2

Mito 2: O liberalismo é contra qualquer tipo de assistência social

É comum observar entre os críticos do liberalismo a ideia de que liberais se opõem a qualquer forma de assistência social ou políticas públicas. Certamente, os liberais criticam os gastos públicos e defendem um Estado mínimo, enxuto. Quando há menos Estado, há mais liberdade. A historia mostra que o capitalismo foi o sistema mais eficaz do que o assistencialismo para combater a pobreza como observa Zitelmann: 

Enquanto os críticos de esquerda do capitalismo e da globalização culpam o capitalismo por causar fome e pobreza em várias partes do mundo, a história recente do continente africano fornece muitos exemplos para provar que o oposto é verdadeiro: o capitalismo não é o problema, é a solução. O capitalismo provou ser mais eficaz no combate à pobreza do que a ajuda financeira. Estudos mostram que os países em desenvolvimento mais orientados para o mercado têm taxa de pobreza  de 2,7%, em comparação com 41,5% nos países em desenvolvimento sem um mercado livre.3

Isso não significa que o governo nunca deva prestar assistência social. Em tempos de crises como, por exemplo, a que vivenciamos durante a pandemia COVID-19, o governo pode sim ajudar os que estão passando por dificuldades financeiras. Ou mesmo diante de catástrofes climáticas, como a que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul. Os liberais não se opõem a esse tipo de ajuda. Entretanto, essa ajuda deve ser temporária a fim de que a população se reerga, não se trata de uma ajuda permanente como defendem os assistencialistas. Inclusive, os liberais defendem que até mesmo a população possa ajudar nessas situações catastróficas. Claro que não deve ser uma ajuda forçada, mas a benevolência e a ajuda voluntária fazem parte de uma sociedade livre.

Mito 3: O liberalismo defende a abolição do Estado

Essa é outra falácia que deve ser desmistificada.

O liberalismo reconhece que uma sociedade anárquica é inviável. Nesse sentido, concordamos com Donald Stewart Jr. em O que é liberalismo quando afirma:

O liberalismo (…) reconhece a imperiosa necessidade de uma ordem geral, estruturada em normas abstratas de conduta, legitimamente gerada pelos cidadãos e eficazmente aplicadas pelos administradores da justiça. (…) O papel essencial do governo é o de usar do aparato de coerção e compulsão para impedir  – e eventualmente punir – um cidadão que queira usar da violência ou fraude para atingir seus objetivos; é de proteger e preservar a vida, a liberdade, a propriedade e a saúde dos indivíduos; (…) em resumo: é o de prover a ordem e a justiça.4

Como vimos nas palavras do maior divulgador do liberalismo no Brasil durante as décadas de 1980  e 1990, os liberais defendem sim a existência de um Estado, ainda que seja mínimo, mas sim, o governo deve existir.

Mito 4: O liberalismo não se preocupa com a justiça social

Esse mito é uma extensão dos anteriores. Como vimos até aqui, o liberalismo preocupa-se com a justiça social sim. A defesa da liberdade individual e do livre mercado são essenciais para promover a justiça social. O crescimento econômico, proporcionado pelo livre mercado beneficia não apenas o indivíduo, mas também toda a sociedade.

A ideia de que o liberalismo não se preocupa com a justiça social é fruto de interpretações limitadas e distorcidas dos fatos. A promoção da liberdade individual e do livre mercado são fundamentais para alcançar a justiça social, visto que, reduz a pobreza, aumentando o crescimento e desenvolvimento econômico.

Mito 5: O liberalismo é contra a democracia

Essa ideia surge de uma compreensão errada sobre o liberalismo e a democracia.

Como já visto, o liberalismo defende os direitos fundamentais, o Estado mínimo, o estado de direito e o devido processo legal. 

A democracia caracteriza-se na ideia de “governo do povo”. O que implica eleições livres e justas, participação política dos cidadãos e o respeito pelos direitos humanos e liberdades civis. Dessa forma, não se vê nenhuma incompatibilidade entre liberalismo e democracia. Pelo contrário, ambos asseguram que os direitos individuais seja garantidos.

Alguns confundem liberalismo econômico com autoritarismo de mercado, acreditando que o livre mercado ignora as instituições democráticas. É outra falácia propaganda por falta de conhecimento. Na realidade, o liberalismo julga que mercados livres funcionam melhor em uma democracia que garante direitos e responsabilidades.

Enfim, esses 5 mitos do liberalismo foram propagados por mal entendidos, como desconhecimento da história, dos conceitos a respeito do liberalismo e do capitalismo. Além de distorções intencionais com finalidade puramente ideológica, a fim de difamar os liberais. Espera-se que após a leitura haja um esclarecimento sobre o tema.


Marta Caregnato

*As opiniões do autor não representam a posição do Damas de Ferro enquanto instituição.


Notas de Rodapé

  1. Confere o artigo no link: https://encurtador.com.br/bA7n0 , acesso 24/07/2024 às 9h. ↩︎
  2. RAND, Ayn. Capitalismo o ideal desconhecido.Tradução de Vinícius Silva Ulhoa Rocha. São Paulo: LVM Editora, 2022, p. 7-8. ↩︎
  3. ZITELMANN, Rainer. O capitalismo não é o problema, é a solução.Tradução Patrícia Corrêa. São Paulo: Edições 70, 2022, p.17. ↩︎
  4. STEWART JR. Donald. O que é liberalismo. Prefácio de Alex Catharino. 7ª edição. São Paulo: LVM Editora, 2019, p. 118-119. ↩︎

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